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Os fantasmas dos meus filhos
pairam sobre os meus,
disformes e etéreos.
Amontoados todos,
terminamos por rir
das auguras do medo
e a dançar em bando,
na lentidão do tempo.
Lençóis abafam os risos,
vultos brancos no meio da noite.
Esperanças desfiladas,
futuro projetado,
mãos enlaçadas
na escada envolvente.
Meus rebentos,
como é bom beijá-los,
pedir-lhes colo,
trocarmos peraltices!
- Por que justo nós
nessa estrada ascendente,
fugindo dos trancos,
levando no remo?
Fantasmas que são cativados
não mais nos assustam,
- brinquemos com eles!
Esperam-nos dias mais claros,
cantigas suaves
e amores serenos...
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