“...são ridículas as cartas de amor”
(Fernando Pessoa)
“Querido Zezinho.
Estou desesperada!
Depois que rompemos nosso noivado, entrei depressão e não tenho mais vontade de viver. A angústia que sinto é um pesadelo que não acaba e me persegue, de dia e de noite.
Estou tão arrependida e com uma grande saudade de você, dos seus carinhos e dos seus beijos. Não sei o que será de mim, sem você, o único amor da minha vida.
Não sei que loucura me levou (*) levou a romper com você. Uma briguinha boba, por causa de seu ciume de um garoto boboca que mal conheço mais o meu brio de moça séria e uma TPM descontrolada puseram na minha boca a nossa separação.
Vejo agora a enormidade, a estupidez de minha atitude. Joguei fora os meus sonhos de mulher apaixonada; e todo o futuro de uma vida a dois, sonhada no mais puro por você.
Volte, Zezinho. Me dê(*) uma chance. Jamais serei de outro homem. Não posso viver sem você.
Marilda.
PS. Parabéns pela herança de sua tia.”
(*) Contrariando a regra, preferi a forma coloquial (“me levou” e “Me dê”), para não enfraquecer o texto.