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Cartas-->Eis o Homem -- 24/08/2003 - 17:10 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

“Eis o Homem”
(por colaboração de Domingos Oliveira Medeiros)

Como proliferam, ultimamente, os artigos sobre a temática religiosa. Tem gente que não sabe falar de outra coisa. E o pior de tudo é que, via de regra, as pessoas utilizam o tema para “vomitar” suas “verdades aparentes” sobre o que, é visível, pouco conhecem. E falam com ares de autoridade. Que Deus não existe, que há fraudes, que esta ou aquela religião tem tais e tais defeitos. E não se dão conta de que eles, no íntimo, para ser sinceros consigo mesmos, não deveriam dar tanta importância ao tema, posto que não acreditam em nada do que seja divino, sobrenatural e espiritual.

“Desde que Caim invejou Abel – porque Abel era bom -, desde que o amou com um amor venenoso, os bons, os que são verdadeiramente bons, tendem a perder nos jogos de azar deste mundo. (...) “Ecce homo! Eis o homem!”

O que se passou naquele momento de dois mil e poucos anos atrás, tem muito, ou quase tudo, a ver com o que se passa em nossos dias, com cada um de nós, em todos os recantos da terra. “Eis o homem, repete Pilatos, que já está cansado. E, ao ouvi-lo, viram a cabeça gentes de todos os tempos e olham para aquele pobre homem exposto no empedrado, no meio daquela praça curiosamente infinita”. Todos os presentes o conhecem. Ou, quando menos, já ouviram falar dele. De ouvido, aos poucos, vagarosamente, intensamente.

“É Jesus de Nazaré, um judeu, de carne como a nossa, que está à vista de todos porque mal cobre um trapo. De carne macerada e suja, profanada com insolência, enquanto Deus se cala. Aí está, arquejante, cambaleando em silêncio, com marcas de açoites e a face intumescida, com o olhar perdido nos sulcos do chão e vista turvada”. (...) Que empenho em exibi-lo como um troféu! Que vontade de insistir num espetáculo tão triste!”

A pergunta de Pilatos ecoa pelo ar: “Quem quereis que solte: Barrabás ou Jesus?” É inútil esforçar-nos para evitar o eco. “Para os que somos normais, quando nos inteiramos, é bastante incômodo. Gostamos de andar como Pilatos, bem dentro da estreita faixa da normalidade: evitando excessos; procurando o centro de corrente, tentando cair de pé, sempre que possível, nos revira-voltas da vida; e ficando no topo, que é a parte mais segura”.

Seria menos violento se, na vida, não tivéssemos que tomar uma posição em relação a pergunta de Pilatos. “por em jogo a consciência a cada passo”. Mas não tem mais jeito. O jogo já começara, faz tempo. E agora, só nos resta a escolha, “diante de cada satisfação que queremos experimentar, surge a pergunta: Barrabás ou Jesus?”

“Porque tive fome e me destes de comer”. “Porque tive sede e me destes de beber”. Porque estava nu e me vestistes”. E quem enxugou o teu rosto no caminho? E quem tomou a cruz atrás de Ti?

“Uma única vez, uma só, se percorre este caminho pelo qual tantos milhões passaram e tantos vêm atrás...” (...) é a nossa vez. É preciso dar o primeiro passo e avançar por esta trilha que não sabemos por onde vai nem exatamente aonde leva. É preciso andar sem deter-se, marca sobre marca, sobre o pó mil vezes remexido. É um fluxo incessante de pequenas histórias que só uma vez se vive, entre empurrões”>

Este é o caminho da mansidão. Dos mansos. “O Senhor é compassivo e misericordioso, tardo em irar-se e cheio de amor, e que aqueles que nEle esperam renovam as suas forças, tomam asas como a águia, correm sem se fatigar”.

A liturgia propõe-nos Cristo “manso e humilde” para que o procuremos com simplicidade, “e também para que nos esforcemos por imita-lo como preparação para o Natal. (...) “Imitar Jesus na sua mansidão é o remédio para as nossas irritações. (...) A tranqüilidade do nosso coração depende de nós mesmos”. (...) O trabalho de superarmos o nosso mau gênio não há de depender da perfeição alheia, mas da nossa virtude”.

“Aprendemos também a sair em defesas da verdade e dos interesses de Deus e dos nossos irmãos, com toda a firmeza que seja necessária. Porque a mansidão não é contrária a uma cólera santa perante a injustiça. Não é mansidão o que serve de refúgio à covardia”.

“Qualquer dia, será a nossa vez. Seremos desmontados do nosso lugar, para que seja raspada, com dor, a ferrugem de nossa vida, retificadas ao fogo as nossas amolgadelas, e exterminada de nossa alma a levedura de Caim. Morreremos: esta é a verdade. Convém que, no devido tempo, também o saibam as crianças. Têm de morrer como tudo o que nasce.

Bom domingo!






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