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Poesias-->MARIPOSA -- 08/02/2001 - 23:10 (VIRGILIO DE ANDRADE) |
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RAMEIRA,
De ti me fiz amante primeiro.
Resoluta.; só me deste teu amar passageiro.
Quantos trovadores vi, arrastando-se a teus pés.;
Lacaios ou fidalgo cavalheiro.
De todos me fiz o mais lucubre.; mas não me fiz o derradeiro.
Tua benfazeja alma não abriga rancor
És amante febril.; não há quem mitigue teu corpo abrasador.
O afago de tuas ungüentas mãos extirpa as chagas do sofredor, e
A todos acolhes em teu ninho de amor.;
Teu vagabundo coração não tem dono. É pássaro solitário.
Guarda teus queixumes e desilusões como se fosse um relicário.
Quantas vezes te vi, a prantear a dor do fadário.
Nem o gorjear do uirapuru foi capaz de te libertar deste calvário.
Do Livro: O POETA NU
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