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Contos-->Era inverno e... -- 10/09/2006 - 20:27 (Paulo Marcio Bernardo da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lembro que era inverno, mês de junho. A região serrana do leste do Brasil recebia mais uma onda de frio daquelas que a temperatura era próxima de zero. Vi um homem deitado na praça, desagasalhado e bastante trêmulo, coberto parcialmente por um retalho de cobertor e sobre jornais embolados. Gemia de frio ou de dôr. Sua aparência era péssima. Tinha barba grande, cabelos despenteados e com um cheiro bastante desagaradável.
Logo que me aproximei mal pude ser notado tal era o seu estado. Quase inconsciente pela bebida alcoólica que exalava pelo corpo misturando-se ao cheiro da sujeira devido a falta de banho e higiêne.
Eu precisava fazer alguma coisa urgente, pois o caso assim merecia que alguém o fizesse.
Tentei conversar com ele, mas não conseguia acordá-lo de todo. Resolvi telefonar para o Pronto Socorro local, que disse nada poder fazer, e me sugeriram procurar uma viatura da PM para encaminhá-lo para um hospital mais próximo. Depois de muito procurar e encontrar me falaram que nesse caso eles não poderiam me ajudar, pois era da responsabilidade do corpo de bombeiros.
Sendo assim, telefonei para o Corpo de Bombeiros
explicando o caso e solicitando uma viatura para a emergência. Confirmaram a ligação, me identificaram como solicitante e pediram que eu aguardasse no local, pois demorariam cerca de uma hora, pois as ambulâncias estavam fazendo outro atendimento.
Enquanto aguardava os bombeiros, tirei um dos agasalhos que vestia e cobri o homem ali deitado, tentando minimizar o seu frio. Procurei uma padaria mais perto, comprei um copo de café bem quente, coloquei uma boa quantidade de açúcar para tentar aumentar a resistência do pobre homem e voltei ao local. O atendimento dos bombeiros chegou antes da hora prevista (uma hora), mas infelizmente quando foram fazer o atendimento, o óbito foi inevitável.
Fiquei triste por não poder tê-lo atendido com maior rapidez, mas afinal fiz o que poderia ser feito naquela situação.
Procurei saber mais sobre o caso e fiquei sabendo que se tratava de um homem de 33 anos, formado em letras, professor de português de alguns colégios da cidade, que fôra traído pela mulher. Ainda apaixonado ele abandonou a família e a sua profissão e tornou-se um alcoólatra, consciente que seria um suicídio anunciado.
Esse é apenas um dos inúmeros casos que fazem parte da vida, que somos incapazes de evitar e que continuarão a existir por esse "mundão de MEU DEUS."
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