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cronicas-->A saga de Fabian Barberó -- 15/10/2000 - 18:59 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A saga de Fabian Barbieró

A história do Brasil pode ser contada por inúmeros relatos, desde a chegada de Pedro Álvarez Cabral nas praias de Porto Seguro, ou apenas relembrar o famoso grito de "Independência ou Morte!" de Dom Pedro I, sacramentando de vez a eterna dependência externa, liderada hoje pelos Estados Unidos e FMI.
Bom, de todas as histórias contadas nestes 500 anos, uma tenho certeza que não foi contada. Era ano de 1666, para os místicos o ano da `besta´, mas com certeza este ano ficou marcado pela garra e força de vontade de um português chamado Fabian Barberó, que veio para o Brasil, mais precisamente para São Carlos das Campinas, para administrar uma sesmaria, onde é hoje o município de Sumaré.
Sesmaria era um enorme conglomerado de terras, que chegava a ter mais de seis mil alqueires e Fabian Barberó foi homologado pelo Tristão Salomen, responsável pela capitania de São Vicente, para cuidar das terras e se possível expandir as mesmas. Tristão Salomen prometeu mundos e fundos para o jovem português, para que ele ficasse responsável pelas terras, caso contrário, os Espanhóis poderiam de uma forma ou de outra começar a explorar o solo, já que nesta data as andanças dos irmãos da península ibérica já estavam atravessando a famosa linha imaginária de Tordesilhas.
Fabian Barberó chegou no porto de Santos e caminhou durante 15 dias sobre um lombo de jegue até chegar na sesmaria de São Carlos das Campinas. Na época, Barberó já estranhou o local. Não existia absolutamente nada, apenas um ribeirão chamado de Quilombo, devido aos escravos que se escoldiam em suas margens e algumas orquídeas com um nome de som estranho, Sumaré. No seu primeiro dia, Barberó viu que não era bem aquilo que prometeram para ele e que o trabalho seria mais difícil que o imaginado, mesmo assim aceitou a empreitada. Em dois dias, ele e sua pequena família construíram uma pequena casa de madeira, para que pudessem se abrigar das chuvas e do frio da madrugada.
A cada dia que passava a vida começava a ficar mais difícil. Não havia poço d´água, comida apenas carne seca, que trouxeram do lombo do jegue e uma farinha que já estava no final. A venda mais próxima ficava há um dia e meio de viajem. A família de Barberó começou a comer o pão que o diabo amassou. O desejo de dar umas boas porradas no Tristão Salomen aumentava a cada dia, mas a vontade de realizar um trabalho e ver que o seu suor não foi em vão eram maiores. Noites e mais noites Barberó caminhava pelo campo para chorar as suas decepções, principalmente por sua prezada família estar junto nesta dura jornada.
Dois meses depois de chegar na sesmaria, Barberó resolveu dar um basta nas falsas promessas de Tristão Solomen e decidiu abandonar tudo e voltar para Lisboa, onde trabalhava como vendedor de bacalhau. Mas neste instante a sua família foi contrária a sua decisão e resolveu apoiá-lo para que ficasse. Seu primo, Mart Luís disse para Barbiró que por mais que Tristão Salomen não honraste com a sua palavra, que deveriamos acreditar em nosso trabalho. "Condições de se mantermos temos de sobra. Se plantamos a semente hoje, com certeza colheremos os frutos amanhã. Temos potencial e a melhor maneira de mostrarmos o nosso real valor, é continuarmos nesta terra maldita e quando estivermos melhor, vamos até São Paulo e degolamos o Salomen. Se ele precisou da gente, vamos mostrar que nós não precisamos da ajuda dele e de ninguém, basta queremos, acreditarmos e sonhamos...", disse o primo.
Depois destes escritos que foram registrados no Cartório de Notas de Campinas, mas nada foi documentado sobre a saga de Fabian Barberó e sua famíla. Diz a lenda que eles conseguiram trilhar uma brilhante e dura jornada, sendo um dos fundadores da cidade de Rebouças, hoje Sumaré, mas nenhum registro oficializa esta história. Agora é apenas tentar acreditar, sonhar ou até reviver essa saga, pois a história nunca acaba. Ela pode dar muitas voltas, mas a sua essência fica e acaba servindo de lição, por isso nunca desista do seu objetivo e dê sempre um basta nos `Tristões´ da vida...
Mastró Figueira de Athayde é cronista e gigoló
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