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Discursos-->O Céu de Rodrigo -- 12/10/2002 - 18:29 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CÉU DE RODRIGO
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Rodrigo está desesperado. Preso aos seus pensamentos terrenos. Finitos. Carentes. Incompletos. Confusos. Ilógicos. Seria por conta de bebedeira da alma? Sua alma estaria embriagada? Muito provavelmente, sim. Se não fora pela bebida, talvez pudesse trocar de óculos. Suas lentes só enxergam fracassos. Andando na rua.

Ora, que bobagem! Parafraseando o grande compositor popular Cartola. Assim como as rosas não falam, os fracassos também não andam. Ainda mais nesses tempos de insegurança. Que fracasso teria a coragem de andar pela cidade para ser vítima de um assalto E fracassar de uma vez? Mesmo dentro do seu carro blindado? Com colete e tudo o que mais fosse necessário ?

Não posso acreditar no que vi. Ou melhor, no que o Rodrigo teria visto. Ver, diga-se de passagem , sem sentir, não seria propriamente ver. No máximo, com muito esforço, seria olhar.

Se não sente é porque não se viu. Até quando não se gosta do que se ver a gente sente. Mesmo visto e não compreendido. Seja por cegueira material e espiritual. Seja por teimosia. Assim já dizia o síndico daquele condomínio invisível. “De calar, não te arrependerás nunca; de falar, muitas vezes”. Palavras do Santíssimo Monsenhor Josemaria Escrivá. Parece que não se acredita mais nas coisas divinas.

E como agravante, o Rodrigo sente compaixão. Isso é um verdadeiro milagre. Ou um paradoxo espiritual. Pois o Rodrigo não deixou que seu irmão servisse a Deus. Sete anos de cadeia, a serviço de Deus não significa nada, diante da eternidade. Seria obra do anticristo? E tal qual a Madalena, o Rodrigo atirou a sua pedra no seu irmão, pensando que estava lhe fazendo um grande bem. Mas não. Absolutamente, não. Ele não tinha o direito de interferir no “livre arbítrio” que é de exclusiva competência de Deus.

Rodrigo acabará sendo preso. E ficará a sós com Deus. Na cadeia. De onde poderá acessar a Usina para escrever suas cartas. Tal como São Thomas More, o célebre humanista inglês, encarcerado na Torre de Londres, acusado de conspirar contra o Rei. Isto aconteceu entre 17 de abril de 1534 a 06 de julho de 1535. More morreu na prisão. A diferença é que ele morreu satisfeito. Porque ele, diferente do Rodrigo, acreditava em Deus. E tinha outra idéia do sofrimento. A idéia de que o sofrimento de Cristo na cruz foi para nos salvar. O sofrimento, portanto, significa vida e redenção.

A sabedoria da cruz que cada um de nós carregamos. Se trocamos nossa cruz pelos prazeres temporários da vida, estaremos morrendo para nada. Só através do sofrimento poderemos compreender mais um pouco a lógica divina. O sofrimento purifica a alma.

Não teria sentido mundo, com tanta lógica da natureza, acabar com a morte. Há um propósito. Apenas não o compreendemos, sob a ótica de nossa visão terrena. As lentes da fé são as únicas que nos aproximam da visão divina. Que começa e termina em Deus.

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