RELÓGIO
Antonio Luiz Macêdo
O instante se consome
nos ponteiros do relógio.
Os momentos escoam
no funil do tempo.
As ânsias de saciedade
anseiam pelos momentos,
vividos, queridos,
lembrados, chorados,
perdidos, cantados
em rimas e versos
que não foram escritos
no papel.
E os segundos passam
e amassam e arrastam
os sonhos que ficaram,
as dores que lembraram,
as marcas que marcaram
o coração.
Os ponteiros dos instantes
seguem cantando
sua canção.
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