A cada ausência dos teus olhos, morri,
De pouco em pouco, fui de sombra a um nada ...
Errante a minha tumba, pois sou em ti
O frio pó que levantas em tua estrada.
Se eu já falei mil vezes dessa entrega
Eu me calei mais outras mil...E, chorando,
Neste magoado pranto que me nega
Doce é o engano de te ver retornando.
Revolvem meu momento mais de mil vozes
A causa desta sorte, nenhuma sabe,
Mas o que sou depois dos meus algozes.
Nos pingos do silêncio que me acorda,
Ressoa o teu olhar que já não mais cabe
Nos desatinos, quando a noite me aborda. |