Ao longo do tempo sempre me identifiquei com árvores, apêndices da terra. Por onde transitei, as plantei. Num terreno que hoje pertencente à Sadia, situado na Avenida Adolfo Konder, plantei um ipê amarelo que acha-se florescido e viçoso. Dia destes, parei para admirá-lo contrastando com a chuva que caía, fazendo suas folhas tremeluzirem cintilantes no amarelo-ouro. Uma gaúcha que comprou um imóvel em Balneário Camboriú, mudando-se da casa que possui no Rio Grande do Sul, telefonou-me. Sabedora que gosto de plantas, perguntou-me se eu aceitaria uma enorme muda de jasmim, conhecido por “dama-da-noite” que está em seu jardim e não quer abandoná-lo. Aceitei, já escolhendo o local para que seja replantado. Além de florir de branco com sua energia positiva, espargirá no jardim o aroma exótico. Estive pensando em dita planta, ela deve ser bem antiga, pois sendo chamada de “dama da noite” recebe um tratamento cerimonioso da época em que as mulheres eram denominadas de damas e usavam perfume à noite. Ou seria uma suposta alusão a uma mulher da noite com seu ativo aroma para atrair parceiros no período noturno, quando agem. Não cabe discutir de onde procedeu o nome da planta. O fato é que embelezará o jardim no qual será replantada. Sei que seu perfume em incitará e ao senti-lo, imaginarei que tenha se incorporado numa linda mulher envolvida no aroma afrodisíaco que a contém.
