Estendo o meu olhar
pela monótona Paz Interiorana. Aqui, o vento agita, de leve,
a copa do arvoredo
E a grama verde
estende-se como um tapete sem fim
na distância.
Acolá, a voz de alguém
ecoa na imensidão,
conduzindo a dupla de bois
para que a terra seja arada
e assim, receba as Sementes
do Pão Nosso de Cada Dia.
Um pássaro canta, alegremente,
e logo outros fazem-lhe companhia
Num coro perfeito
e harmônico.
Logo ali, corre um riacho,
marulhando sem cessar
por entre as pedras
que dormem
nas suas límpidas águas.
Um mugido de gado
espalha-se pelo ar,
fazendo parte da serena monotonia
da vida do campo.
As vozes de outros animais
ecoam, em resposta...
E o ar fica repleto
pela música da Natura.
Meu coração silencia
a sua inquietude,
e bate lento, no compasso rural.
Uma flor agita-se ao vento,
para dizer que também ela está viva.
Então, ouço a simplicidade
dizendo-me com carinho
que ainda tenho tempo para sonhar!
E andar devagar por entre as belezas
naturais!
Enfim, percebo que existe ALMA
na Vida Interiorana,
na Serena Monotonia
que faz o tempo
quase parar.
E, secretamente, agradeço
que o Tempo ainda traz tempo
para viver
um sonho de Amor
e de Ternura
que, serenamente,
embala os pensamentos
e privilegia o coração do Poeta
que só viver de
Poetar.
SALETI HARTMANN |
