A poesia assim se faz
Em surtos soluços.
Diz-se a loucos poucos
Ouve-se a moucos ouvidos.
A poesia se cria
Do nada, não ria,da mirada:
É uma inútil fada
Mais elide que se expõe.;
Constrói mais brancos laços
Que espaços surdos e baços.
Assim se cria da luz o sonho
Da foz a Prata,do mercúrio, a Alada.
Caminha assim a espada
Corta o caminho do vento.
Meio egressa
Meio ensimesmada,ela traça.
A poesia do nada se cria
Faz da mirada seu dia
Da dor sua era sagrada. |