QUAL anjo caído,
resvalei do paraíso
ao sheol repentinamente.
Sou marcado pela perda.
Foram-se filhos, fortuna,
mulher. E cá estou, rasgando
as chagas com um caco de
telha, porque a saúde também
não me quer.
tornei-me espetáculo da criação.
Um circo de horrores à vista dos
habitantes da terra e do céu.
Vou me esvaindo por entre
teus dedos, oh Deus meu.
Na tacanha percepção
da alma humana, não
vislumbro o porquê de tudo isso.
Entretanto, tua imagem
vai se revelando cada
vez mais nítida em
meio à neblina de incertezas.
Antes eu te conhecia de ouvir falar.
Agora, meus olhos te contemplam na caminhada. |