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Contos-->Armas -- 13/08/2006 - 23:12 (Rosangela Lamas de Figueiredo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ARMAS...
Houve uma época em que existia um ladrão aterrorizando a todos de minha cidade.
Corria o boato de que ele era um homem de estatura baixa e possuía os cabelos cacheados como os meus. A audácia dele era tanta, que chagava a adentrar nas casas pelos telhados.
Estuprava, roubava e matava; fazia o que queria com suas vítimas e desaparecia, sem deixar rastros.
De há muito a polícia o perseguia, desdobrando-se em tentativas inglórias.
Os habitantes de minha cidade, não conseguiam mais dormir. O medo mórbido de seus crimes, cada vez mais hediondos, estressava a população.
Naquela ocasião, eu contava oito anos de idade e não me desgrudava da minha boneca Lili.
Numa noite de inverno, Paizinho trouxe para casa uma vultosa quantia; pretendia comprar um trator. E, por coincidência, espalhou-se pela região em que morávamos, o boato de que o tal sujeito estava rondando o nosso bairro. Todos ficaram com os nervos à flor da pele!
No outro dia, eu havia aprontado e enfezado muito a Mãezinha, eu era sapeca, levada e moleca! Para castigar-me, ela colocou a Lili em cima do guarda-roupa dela; onde eu não conseguiria alcançá-la.
Nós morávamos numa casa velha... e de telhas.
Eram aproximadamente três horas da madrugada. Cautelosamente, eu fui à cozinha, peguei uma cadeira, levei-a até o quarto dos meus pais e a coloquei recostada ao guarda-roupa deles. Intencionava pegar a Lili para dormir com ela.
O cheiro de mistério permeava a escuridão do quarto. A noite estava tão escura quanto as de um filme de terror...
De repente, ao subir na cadeira, ela rangeu. Paizinho, que sempre teve o sono leve, acordou. Entorpecido pelo sono, viu apenas uma silhueta; o vulto de uma pessoa de estatura baixa e de cabelos cacheados. Pensou que fosse o tal ladrão, tentando roubar o dinheiro dele.
Pé ante pé, ele saiu, abaixado, escondendo-se nas laterais da cama. Foi à cozinha e recarregou o revólver.
Ao adentrar ao quarto, aproximou-se de mim... e colocou o dedo no gatilho...
A meio metro de distância, a mira seria certeira.
Nisto, eu que estava de costas, virei; ao vir o revólver apontado para a minha cabeça, expliquei:
_ “Sou eu, Paizinho! Eu vim pegar a Lili!”
Naquele momento, meu pai gritou desesperadamente:
_” Meu Deus, eu quase matei a minha filha!...”
As mãos dele tremiam perceptivelmente. Eu via o cano do revólver balançar para cima e para baixo, enquanto, inocentemente tentava me justificar:
_ “Não precisa chorar, Paizinho, eu só queria dormir com a Lili, o senhor pega ela pra mim?”
O meu pai me abraçava, me beijava e continuava chorando, compulsivamente...
_ “Aqui está a sua boneca, filhinha, agora vá, durma com Deus... e sonhe com os Anjos!”.
Naquela madrugada, o meu pai percebeu o perigo de se ter armas em casa.
No outro dia, bem cedinho, ele vendeu o revólver. E comprou o trator.
Dias mais tarde, o tal ladrão de alta periculosidade, teve a sua prisão decretada. E assim, Graças a Deus, nós voltamos a dormir sossegados
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