Deusa da beleza, és Vênus, és cósmica,
És, nos céus, cometa cintilante,
És luz de brilho radiante,
Linda galáxia, imagem policrômica.
Ao sopro de arejantes ventos,
Tristezas rapidamente ir-se-ão.;
Há incertezas? Elas apenas são
Efêmeras dúvidas em teus sentimentos.
Não quero ser só pausa em teu tempo,
Melhor, quero ser o teu tempo sem pausa,
Que teu coração, esse rebelde sem causa,
Deixe entrar o amor, mesmo a destempo.
Quero cantar melodias em teus ouvidos,
E, extasiado, contemplar teus seios,
Venerar teu corpo que baila sensuais meneios,
Atiçando desejos íntimos incontidos.
Quero, com euforia, navegar nas ondas
De teu esplendoroso corpo nu,
Sentir a doce magia que tu, só tu,
Com delicadas mãos, toca e me sondas.
Momento breve, momento infinito,
Cheio de sóis, fachos de luzes, devaneios,
Sonhos, delírios, entrega sem receios
De que instante algum é mais bonito.
Sinto a química em vulcânica ebulição,
Nada falas, o corpo se agita de prazer,
Toda essa sensação tento descrever,
Mas palavras pra quê? É curtir a emoção.
Remando, levado por carícias e beijos,
Nas ondulações de teu corpo excitado,
Lanço âncora no píer dos desejos,
Atracando no cais com avidez mirado.
No balanço desse navegar,
Vôo nas asas da imaginação,
Curtindo a misteriosa sensação
Do clímax mutuamente sentido.
No prazer igualmente dividido,
Delírio em conjunto completado,
Há a certeza de ver tudo renovado,
De sempre ter esse prazer revivido.
|