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Cronicas-->Criança Ainda e Sempre -- 12/10/2000 - 19:06 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Criança Ainda e Sempre


Com um sorriso cheirando a sol, ela se aproxima...beijos com gosto de brigadeiro estalam em minha bochecha. Os braços, envolvem-me num abraço que ora me aperta freneticamente, ora me deixa livre num convite ao sonhar.
Os olhos arregalados me enchem de perguntas...tantos porquês que quase não consigo respirar. Em meio a uma resposta, uma outra pergunta já me espera. Quer saber por onde andei e porque tanto tempo se passou sem que nos víssemos. Bate o pé, reclama das minhas ausências prolongadas...ainda tento explicar que o corre-corre me mantém longe de muitas coisas que me dão prazer e de pessoas de quem tanto gosto. Ela, diz que não compreende minhas teorias de vida, mas ainda assim pisca os olhos num gesto de cumplicidade.
Agita as pernas e me lança novo convite. Quer correr descalça em meio a uma chuva imaginária. Digo que não, mas ela insiste...justifico, dizendo que isso é bobagem e que ainda posso ficar resfriada. Ela diz que nós adultos somos medrosos, complicados e que a chuva é inofensiva...fala que as gotinhas vão brincar de fazer cócegas no meu corpo. Meu lábios respondem com um meio sorriso e ela percebe que ainda não me convenceu. Faz uma carinha manhosa e emenda dizendo que a chuva é o Papai do Céu chorando, porque eu não quero brincar com ela. Pronto, cedo...meu corpo todo sorri,, e agradecido saltita de prazer, embora minha razão faça cara de zangada. Quase não me reconheço...saio andando e ela me puxa pelo braço, instigando-me a correr entre as poças d´água que se formam nas ruas. Tudo se transforma em festa perto dela...o relógio parece esquecido de problemas, compromissos ou das pendências que devem estar gritando na minha mesa de trabalho. Ah, mas que se dane tudo...banho-me no prazer de esquecer também o tempo e resfetalar-me no banquete da vida. Brincamos de roda, cantamos na chuva, tocamos campainhas de casas e peraltas, corremos, corremos...é o cachorro que late e o dono de casa que esbraveja. O coração parece que vai saltar da boca...
A chuva para e penso que o dia acabou...a disposição dela me faz ver que não. Os olhinhos já tramam a próxima travessura...bicicleta? Há quanto não pedalo? Mas como resistir? Em minutos, já estou a pedalar...apostamos corrida e ela com a energia que tem acaba por chegar em primeiro. Ainda me olha, dizendo que não importa quem venceu...interessa é chegar e brincar.
A noite caí...cansada, vamos para casa. Um banho é tudo que desejo e ela faz uma careta, quando esboço minha vontade...é minha vez de convencê-la!
Após o banho, ofereço colo àquela menina, mas ela diz que naquela noite será ela a me fazer dormir...enquanto fecho os olhos, ainda arranjo forças para perguntar quem é ela. Sorrindo ela me diz: ora, não me reconheces? Sou a criança que mora em ti...

© Nandinha Guimarães
Em 12.10.00
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