Se um empresário quisesse comprar a Coca-Cola Co. teria que ser dono de todas as ações de todas as empresas que negociam seus papéis na bolsa brasileira, pois no preço da Coca-Cola, além do patrimônio físico está o valor da marca; uma fábula.
Se alguém quiser comprar todas as ações da nossa Bolsa de uma vez só terá que desembolsar 98 bilhões e 890 milhões de dólares; se preferir comprar a Coca- Cola vai gastar 98 bilhões e 720 milhões. É uma deles, por todas as nossas.
Seguindo a mesma premissa, para comprar outras empresas americanas, a Bolsa mexicana compraria a Merck; a chilena, a American Express; a peruana, a Ford; e a argentina, a Boieng.
Apenas um lembrete: a Alca não será um acordo entre Estado e Estado (Brasil e EUA), será uma negociação empresa por empresa, setor por setor, o que já se pode imaginar em que igualdade de condições nossas empresas negociarão com as norte-americanas. Os dois países apenas assinarão o acordo (ALCA), a prática serão as operações comerciais, com empresários que praticam um capitalismo selvagem e predador, para não dizer empresarialmente incorreto.
Quem acha que a ALCA não vai sair é ingênuo, como eu, que também achava, até ver os EUA obrigarem o mundo a aceitar um massacre no Iraque. Quem os impedirá o massacre financeiro do Brasil com a ALCA? A Organização Mundial do Comércio? A Organização das Nações Unidas? O Papa? Ou um repentino ataque de decência por parte dos capitalistas imperialistas? Escolha nosso salvador, mas lembre-se que o Super-Homem não virá, pois é negociado na bolsa deles.
Há empresários brasileiros que são a favor da Alca porque exportarão mais para os EUA e com isso ganharão mais. Coitados! Se soubessem onde irão parar os suas empresas depois de alguns anos de concorrência predatória e desleal...
Ainda em relação à ALCA; Bill Gates tem uma fortuna de 40 bilhões e 700 milhões de dólares. Warren Buffet, 30 bilhões e meio. Paul Allen, sócio do Gates, 20 bilhões e 100 milhões. Larren Ellison, Jim Walton e os irmãos John, Robson, Alice e Helen, outros 100 bilhões de dólares. Com patrimônio abaixo de 10 bilhões de dólares cada, existem outros 200 norte-americanos. Todos empresários e alguns poucos banqueiros. Se quiserem, terão do Estado (deles) financiamentos para expandirem seus negócios nos mesmos valores dos seus patrimônios, ou seja, dobrarão seu poder econômico imediatamente. Fora os subsídios e renúncias fiscais que o País do Tio Sam lhes darão se necessário.
Ao todo são 5 trilhões de dólares concentrados nas mãos de 500 empresários norte-americanos que pagam, quando precisam de capital de giro, 2% ao ano de juros.
Numa das futuras filiais da ALCA, o Brasil, apenas 4 pessoas possuem patrimônio acima ou de um bilhão de dólares e todos são banqueiros, isto é, nenhum empresário na exata concepção da palavra. Joseph, Moise e Lilly, todos do Banco Safra têm juros de 6 bilhões. Aloysio Faria, outro banqueiro, mais 3 bilhões. Eles não vão vender ou comprar nada com a ALCA. Na verdade financiarão os exportadores à base de 25% ao ano de juros. Dá para competir?
Diante disso, lamento o pensamento de “empresários” nacionais, que produzem meia dúzia de rolamentos para exportação e já santificam a ALCA.
Nossos empresários são estúpidos e ingênuos e o pior que quem pagará a conta será o Brasil, ou melhor, os brasileiros...A não ser que tomemos posição em defesa do que é nosso; o Brasil!
Precisamos acompanhar de perto as negociações da ALCA, com o mesmo interesse que demostramos ao acompanharmos um campeonato de futebol, pois o que está em jogo neste caso não é uma bola, mas sim nossas cabeças...que os americanos estão doidos para chutarem.
No Iraque eles provaram ao mundo que são ótimos como matadores de pessoas; não precisam provar a ninguém que são bons assassinos de empresas; já sabemos!
Todo cuidado com a ALCA é pouco... E patriótico!!!