A vida lá fora corre freneticamente
E eu cá dentro, lentamente,
Fitando meu retrato de infância
Da qual já disto léguas de distância.
Queria ser de novo aquele menino,
Cometer, como ele, um desatino,
Inconseqüente, sempre no afã
Da eterna brincadeira, qual peter pan.
Conversar fiado, jogar bola o dia inteiro,
Comer bolo ainda quente, meter a mão no baleiro,
Jogar-se na cama e dormir, satisfeito.
De repente, acordo desse torpor.
É meu filho que chama pra com ele
Brincar de bola, cheio de vida e fervor.
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