Usina de Letras
Usina de Letras
127 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Um passeio pelas cavernas -- 22/06/2004 - 21:48 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pra quem já andou em cavernas (em Minas, no Texas, no Paquistão...) sabe da angústia de estar no meio da terra e da bizarra sensação de total comunhão com a vida que se sente por lá. - Pois nas cavernas estão os segredos imutáveis do mundo: o mistério de uma relação humana, a mutabilidade da vida, os seres humanos e suas idiossincrasias... nas cavernas, sobrepujando o medo de que o teto nos caia pela cabeça, pode-se pensar tanto e profundamente quanto a fundura do local ... ou mais ainda...

Estive numa caverna dessas há poucos dias. Fui até lá em companhia de um grupo de jovens estudantes. Ninguém foi atrás de paleontologia ou nada parecido. Foi que perdemos nossa bola, que estávamos jogando, fomos atrás dela e deparamos com a caverna.

Foi de repente. Hesitei em entrar. Mas na minha frente já iam os bravos adolescentes, brincando com os sons - uuuuuuuhhhh. E o eco fazia o que ecos fazem - repetia o som, sem originalidade alguma.

Fui catando as pedrinhas que encontrava pelo caminho. Interessante que o escuro, a umidade e a frieza da caverna me despertaram umas filosofias existenciais - e se eu me mudasse pra caverna? de dia sairia para catar comida, de noite dormiria envolta em folhas secas e taparia a boca da caverna com alguma árvore caída. Já os Flintstones pensaram a mesma coisa antes - desistir da idéia.

Mas me ocorreu rodar ali por dentro, à procura de alguma resposta pras minhas perguntas. Não que eu seja assim filosófica - pelo contrário, procuro expulsar da minha mente pensamentos que me distraiam do que estou fazendo. E estava procurando uma bola que se perdera por lá.

Ninguém encontrou a bola. Saímos sem o brinquedo. Mas, por alguma razão recóndita, achei a mim mesma, ou até um certo ponto - percebi minha grande fragilidade diante do desconhecido; percebi a minha sensibilidade para perdas. De outro lado, também deu pra eu perceber que a procura de uma bola, de um brinquedo, de uma jóia, de um coração - dava tudo na mesma. A procura é minha existência. Minha existência é a procura. Quando eu cessar de procurar, estarei sob uma pedra.
----------------------
Érica Eye
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui