Meu filho - Lúcio - sempre foi bom "de garfo". Por vários anos comera no bandejão e, quando aqui chegava, esbaldava-se, e achava tudo muito bom. Quantas vezes a comida não passava do arroz com feijão e mistura, mas ele "comia e repetia". Um dia, ele quis aprender a fazer alguma coisa. Aproveitou suas férias e tomou conhecimento das artes da cozinha. Além do trivial, começou a fazer também bolo e pão de queijo que ele amava.
Um dia, sua professora de Francês e mais algumas amigas, foram até sua casa para jogar buraco. Ele preparou a massa, para assar na hora, o pãozinho de queijo e esnobar seus dotes culinários. Lá pelas tantas, ele colocou os pães no forno e entreteu-se com as cartas. Quando lembrou-se correu à cozinha, mas eles já estavam com a casca bem escura. E ele não tinha mais nada para oferecer para as visitas. Chamou uma de suas amigas para ajudá-lo a resolver aquele impasse. Depois de muito pensar, decidiram descascar cada pãozinho, e por cima colocaram uma porção de maionese com um pedacinho de tomate. Arrumaram bonitinho numa bandeja e até escolheram um nome francês para o quitute: petit nutritis.
Levaram para a sala e serviram com guaraná. É claro que contaram para a professora o nome do quitute. E ela exclamou (para o martírio do Lúcio que quase morreu de esforço para não estourar em riso!):
- E eu jurava que era pão de queijo queimadinho!