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Discursos-->UMA MÍDIA QUE INVENTA HISTÓRIAS -- 07/10/2002 - 18:50 (LUMONÊ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


SOLOMON NORMANDO, colunista especializado em mídia e em política, conversou com Socialist Worker sobre a resposta da grande mídia em relação aos ataques aéreos de 11 de setembro.



A grande mídia faz pouco uso da inconveniente história. Neste momento estamos quase numa zona sem história. A máxima de George Orwell é espantosamente pertinente. Ele escreveu: "Os que controlam o passado controlam o futuro. Os que controlam o presente controlam o passado."

Falar sobre Osama Bin Laden sem mencionar as suas relações com a CIA no Afeganistão durante os anos oitenta é simplesmente colocar a história na lata de lixo da história. E assistindo durante horas a fio às redes de TV, eu não pude achar nenhuma referência a esse respeito, por menor que fosse.

Nos Estados Unidos temos meios de comunicação de massa que simplesmente reinventam a história segundo o que lhes é conveniente. Isto ocorre em grande parte pela proximidade entre imprensa e Estado - e o fato de que muitas das suposições que predominam no Salão Oval, no Pentágono ou no Ministério das Relações Exteriores, são as mesmas que predominam nas salas e corredores das principais empresas de mídia.

Eu lhes darei um exemplo. No primeiro dia de cobertura, Peter Jennings, um dos melhores âncoras, do canal de TV ABC, apareceu em freqüentes discussões com um outro funcionário do canal, Vincent Cannistraro.

Cannistraro só foi identificado aos milhões de espectadores como um comentarista. O que não foi informada à audiência é que Cannistraro participou do trabalho da CIA junto aos contras na Nicarágua no início dos anos 80. Outro modo de dizer isso é que Vincent Cannistraro foi encarregado de implementar o terrorismo para a CIA há menos de 20 anos atrás.

Agora ele está trabalhando para o canal ABC que condena o terrorismo.

Em 1984, Vincent Cannistraro passou para o Conselho de Segurança Nacional, e tornou-se supervisor das guerrilhas mujahedin no Afeganistão. E nós podemos presumir, plausivelmente, que Cannistraro trabalhou com os amigos de Osama Bin Laden naquela função sob o governo Reagan.

Horas após os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, Colin Powell disse: "uma vez mais vemos o terrorismo, vemos terroristas, pessoas que não acreditam na democracia, pessoas que sentem que com a destruição de edifícios, com o assassinato de pessoas, podem de alguma maneira alcançar um propósito político".

Se lermos e observarmos a frase, "pessoas que sentem que com a destruição de edifícios, com o assassinato de pessoas, podem, de alguma maneira, alcançar um propósito político", estaremos diante de uma descrição adequada do próprio Colin Powell e das pessoas com quem ele trabalha.

Especificamente, é uma descrição muito boa do que ele e os seus colegas - incluindo Dick Cheney e George Herbert Walker Bush - fizeram durante a Guerra de Golfo que, afinal de contas, é a razão pela qual Colin Powell tornou-se tão proeminente hoje. Ele se tornou uma super-estrela da mídia supervisionando uma guerra que - em menos de dois meses, de acordo com o próprio Pentágono - matou aproximadamente 200.000 pessoas, exatamente com o tipo de raciocínio que Powell condenou logo após a tragédia de 11 de setembro.

O que está na agenda dos que formulam a agenda é tocar os tambores de guerra usando o manto da vingança. Eles estão expondo os motivos para que os EUA usem um massivo poder militar para os seus próprios propósitos terroristas.




Socialist Worker (USA) edição especial de 14 de setembro de 2001. Tradução: Rui Polly



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