DE ESPERA
Carla Salomon
Amor,
se tu não chegas hoje,
nem amanhã,
como poderei te esperar?
Se amar assim
é seguir a voz do vento
que em nada me preenche.
Se não vens,
como permanecer?
Se, em tudo,
o que desejo
é poder deitar
no agasalho do braços
e respirar.
E, quando a noite trouxer a dor
e houver chuva em meus olhos,
confiar que a meu lado
existam mãos
nas quais eu possa
entregar a alma.
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