NUNCA MAIS,
Me chame pelo meu nome.
Não sou mais a mera continuação do que eu era.
Poupe-me a aspereza das lembranças.
Mata-as, pois o passado é mácula.
Aquelas mãos enormes já não me servem...
E se já não preciso de asas,
É porque delas nasceram meus pés.
Agora vejo o meu caminho
Sem precisar de alturas.
Sinto e penso,
E o que se mescla sou eu.
Vejo que me chovem sementes,
E não reluto,
Nasço.
Sei que não mais com a pureza do feto.
Pois agora, tudo são inícios de busca.
E então,
Procuro-me.
Poema autorizado pela autora: Wilza Saraiva
11/02/97
|