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Humor-->A Crônica Mal Humorada -- 30/11/2003 - 19:50 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


REFLEXÕES DE UM EX-ELEITOR
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Cadeias prometidas e não construídas. Cadeias inexistentes. Cadeias de segurança mínima e máxima. Cadeias existentes. Superlotadas por "vítimas" e "agentes", ao mesmo tempo, da violência política, econômica e social. Subsistem com a imensa fila de espera para o cumprimento de mandados judiciais. Cresce, em proporções geométricas, o crime organizado - e desorganizado. Ainda bem que, por enquanto, só estão organizados; posto que desunidos e separados. Por facções de toda a sorte. Sorte, inclusive, a nossa. E do Estado.

Cresce, também, o número, a forma e a ousadia dos escândalos. A grande novidade continua no ar. Não perdeu seu prazo de validade; apesar do “mal” cheiroso odor. Há que haver paciência, diz a voz da experiência. A história do crescimento do bolo se repete. O verbo crescer, não importa para que lado ou direção, está na moda. E as fatias ainda não estão prontas para serem distribuídas. A festa do gueto parece que foi, mais uma vez, adiada.

De repente, bate a sensação de que milhões e milhões de brasileiros, de todas as raças, credos e religiões, de nada sabem. Nada percebem. Gente de todas as convicções políticas; de variada formação profissional: cientistas, religiosos, filósofos em geral. Analfabetos crônicos e digitais. Todos, sem exceção, nada sabem; somos todos iguais. Possuímos um título: com número, zona e seção. Fomos seccionados. Enganados. Pelas pesquisas de opinião. Que não se cansaram de fazer a indagação: e se a eleição fosse hoje? Em quem você votaria? Nele? Claro que não! Persistir no erro é andar na contramão.

Na concepção de um pequeno e restrito grupo de poder, temos muito que aprender. Aprender a negociar. Aprender a esperar. Frases de feito. Eu estou convicto. Eu tenho quase certeza. Eu quem? A certeza de quê? Da impunidade ou da imunidade? Por enquanto, nossa serventia se restringe ao calendário das eleições. Somos úteis para dar legitimidade ao pleito. Depois? É outra história. Contada para novos bois dormirem. Novos milagres. Novos patamares. De juros. Para cima e para o alto. E o povo, como sempre, para baixo. Cabisbaixo. Baixa estima e baixos salários.

Depois é assistir de camarote o bombardeio que sobre nós é desferido. Bombardeio de palavras e de ações. Metáforas e alforismo. . Lições de conformismo. Abaixo o comunismo. Mísseis grandes e modernos, em busca do aumento da carga tributária. É preciso dinheiro. Muito dinheiro para sustentar a guerra. A guerra dos impostos. A guerra imposta. A guerra que do estrangeiro. A guerra que invade nosso terreiro. A guerra de capitais especulativos. Ativos e passivos.

A contabilidade social está no vermelho. Vermelho PT. A cor da moda. O novo jeito de governar. A artilharia lança foguetes ao alto. São os juros que abrem espaços para a especulação. Especulação maneira. Financeira. Canhões para destruir a Previdência e acabar com suas ineficiência. Infantaria e serviço de inteligência. Contra os aposentados. Maiores de noventa anos de idade. Que são obrigados a comprovar que estão vivos. Apesar de tanto bombardeio. O governo não acredita. E tem lá sai razão. Como pode um peixe vivo viver fora da bacia. Da bacia dos proventos de aposentadoria. Quase vazia. Da bacia das pensões e da covardia. Noventa anos sem comer, ainda vivo, até eu duvidaria.

E assim começou a gincana humilhante e revoltante. Em suas várias modalidades. Cadeiras de rodas, muletas e bengalas. Todos em fila, bem cedo, de madrugada. Para quê? Para nada. Para o governo depois de tudo, e de muito relutar, pedir desculpas. E eu pensei na preta velha da Irene. De tão boa, não precisava nem pedir desculpas para entrar no céu. Se fosse a Irene. E se fosse a morte natural. Não a morte imposta. Suposta. Imoral.


E o governo continua com mania de grandeza. Trinta e cinco ministérios e coisa e tal. Para fazer o quê? ninguém sabe: é um mistério. Dar cabeçadas, talvez. E ainda faltam vagas para acomodar gente do PMDB. Uma casa de descanso. Um asilo. Ou um descaso, tudo aquilo?

O rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo. Para acomodar todo mundo. Menos eu, que não me chamo Raimundo. Ou seria ia casa da moeda? De troca. Um milagre que ainda não se explica. Nem se justifica. Basta pouco para um curto-circuito administrativo. E tudo explodirá pelos ares. Eis o milagre do crescimento. Com semente transgênica não muito aprovada. De arbustos, por certo, que não crescem nada.

Cresce a curiosidade. Do caixeiro viajante. Que fez sua primeira e única viagem, até então, do nordeste para São Paulo. O menino que gosta da rua. Que não pára em casa. Quer, agora, conhecer o mundo. As viagens estão tomando todo o tempo do nosso presidente. Daqui a pouco, só restará a reeleição para que se comece a governar.

Mas tudo dependerá da gente. Da nossa capacidade de suportar. E, se a mídia colaborar. Deixar de fazer o jogo do deixa estar. Em troca de sei lá o quê. De concordar. Se eu estiver bem, o que é que tem ? O resto deixa pra lá. Afinal de contas, há tempos que tudo se repete. Que sempre se promete. E nada parece mudar. E tudo indica que vai piorar. Pois até a esquerda mudou de lugar. E a direita ficou sem lugar.

30 de novembro de 2003
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