MILHÕES DE TAMBORES
Maria Hilda de J. Alão.
Vesti-me de branca roupagem,
Carmim no rosto um traço ligeiro,
No peito o calor do fogo selvagem
Que açula meu desejo, cavaleiro
A toda brida, imbuído de coragem,
Para o encontro à luz dos candeeiros
A iluminar o másculo personagem
Que tem lascívia e fome como parceiros,
Que fazem dele luxurioso combatente
Que ataca com ferocidade latente,
E me toma com ânsia, não implora,
Faz meu corpo arrepiar entre os tremores
Do prazer ouvindo seus milhões de tambores
Anunciando o gozo ao raiar da aurora.
05/04/04.
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