LADRõES DE ALMAS
E é preciso muita calma
Para o assunto espinhoso
Que esse tema de alma
Com o perfil espirituoso
Que deixa burros n’água
Se não se for cuidadoso.
Esperando obter sucesso
Nessa empreitada ardida
Que é dor de um abscesso
Se falar de morte em vida
A sua atenção já lhe peço
E a minha mão estendida.
Pura dor é ver na calçada
Daquele asilo da periferia
A velhinha de cabelo azul
Magra na pele que tremia
Chorando a lágrima miúda
Enquanto sua alma esvaia.
Costumam deixar os velho
Quando ficam sem serventia
Depois que pegam o dinheiro
Da pensão ou aposentadoria
Que esse é um tipo de ladão
Que usa a gastança na orgia.
Como aquela menina mimada
Completamente incondicional
Sem erros e sem as imundícies
Como do corpo o sujo normal
A mãe sempre a deixou limpa
A beijava e a achava maioral.
Passados anos já uma moça
Muito bela e bem torneada
Sua paciência com sua mãe
Que agora muito adoentada
Precisa da ajuda de um filho
Mas ela anda muito ocupada.
Como outros ladrões de almas
Com o nojo da mãe entrevada
Tapam os olhos da lembrança
E não lembrar água passadas
Como as do tempo de guria
Que sua tripas eram lavadas.
Outros são mais tecnológicos
Em engenhosas enganações
Usam uns meios mais onlines
Roubando apenas pelo cartões
Mas em jeito cafajeste de agir
Mantém alcunha:São ladrões.
Macios na forma em que agem
Principalmente com a genitora
Chegados aos abraços e beijos
Enquanto furtam da benfeitora
Desde o senso crítico do perigo
Até sonhos, quando sonhadora.
Ele é rápido como quem rouba
Por isso é sempre muito ligeiro
Gasta só tempo de um sorriso
Ou até um carinho bem ligeiro
Pois é preciso nunca esquecer
Que quer apenas seu dinheiro.
Seu dinheiro como seu crédito
Que isso já é caso aterrorizador
É quando levam os seus velhos
Para fazer empréstimo de valor
Depois somem com toda grana
Sem se importar com a sua dor.
É porque quando chega a hora
Que seu tempo está terminando
Esse tipo de gente bola o plano
De até o seu final sair ganhando
Diz a vovó que seu seguro paga
Se não pagar ao tempo finando.
O Homem que virou um político
Por ideias defendida com ardor
E falando das coisas pretendidas
Para toda classe de trabalhador
Depois de amealhar muito ouro
Revelou-se um grande enganador.
O patife de acordos e coligações
Que não perde o tempo primeiro
Sem compaixão pelos humildes
A quem iludiu com tiro certeiro
E nisso enganou tudo e a todos
Roubando a alma do país inteiro.
São como os políticos do Brasil
Que o sistema os bem favorece
Pois sendo eles que o determina
Legislam como bem os apetece
Já que “o meu pirão primeiro”
É norma que nunca se esquece.
Não importa se esta corrupção
Tira comida, remédio e a calma
Que se o povo fica reclamando
São capazes de tirar até a água
Pois elas só precisam de votos
E não das carcaças sem almas.
Um verdadeiro ladrão de almas
Rouba um brinquedo de criança
No seu treinamento de maldades
Que isso habilita suas lambanças
Para uma dia chegar bem no alto
Pra cometer deplorável matança.
Ele é um câncer e vai alastrando
Entre os amigos e na sua família
É assim como os malditos cupins
Que no silêncio destroem mobília
Escolhendo qualquer uma peça
Pois a nenhuma promete regalia.
Pode ser o político mais popular
Aquele com crença incondicional
Um salvador da pátria exemplar
Que por detrás do sorriso natural
Haverá as sanguinolentes presas
A espreita para a mordida fatal.
De todo o tipo de ladrão de alma
O no seio da família é mais cruel
Que e por ser do mesmo sangue
É mais amargo que o próprio fel
Por simples razão de ser a pessoa
Para quem a gente só queria mel.
Uma dor de parto é muito menor
Que a dor de uma alma extraída
Pois que nessa hora no seu dono
Ela se rompe por estar contraída
E seus olhos ficando muito turvo
Ainda percebe ter perdido a vida.
E quando você for passar na rua
Ao ver olhos já cansados de luta
E fundos e dolorosos te olharem
Não será pelo assédio ou disputa
Será apenas que a gota de choro
Vai te levar pro fundo da gruta.
FIM
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