Soneto XXI
Tere Penhabe
Dizes o que dizes, só me resta crer em ti
mas hás de compreender, não é assim!
Procuraste-me tanto?... porque fugiste?
Porque me abandonaste à sorte íngreme?
Que ávida, busquei teus olhos na multidão
acalentei na alma, o enigma, a ilusão
indecifrável enigma, é bom que se diga
pois impaciente, devorou-me a esfinge!
E agora vens, cobrar-me o que não tenho
essa coragem, esse cruel desempenho
de espalhar pranto, no rosto de alguém...
Se me amas realmente, deixa-me estar
até o fim, ao lado do meu amante, o mar
feito de lágrimas sim, porém da lua...
Santos, 05.04.2007
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