Sem espera
Caminha a autoconfiança dos ponteiros,
como lei- como verdade,
ajudando a acreditar que o Tempo existe.
É uma lenda arquitetada, ensimesmada,
como barra que cutuca o pensamento :
como regra de xerife autoritário.
Bastaria eliminar a corda ou pilha
e teu som, relógio amargo- se esvairia...
Mas a alma desse Velho te imporia...
Vão os dias, vai o ano, vai a noite.
Vai a Vida : vai com ela a impaciência.
Para coisas irrisórias, quem se vai é a paciência.
E eu te guardo – ao menos tento-
como flor que se recusa a perder pétala.
E ignorando o tic e os taques...
eternizo tua presença.
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