Soneto XIX
Tere Penhabe
Se o ontem fosse hoje... que festa!
Teria o meu coração, mais uma seresta
teria a sinfonia dos campos de trigo
momentos lúdicos, te tendo comigo.
Mas o ontem se foi, no aceno do adeus
na morte lenta e cruel dos sonhos meus
junto os pares, para fazer versos
que já cantam o fim, mal eu os começo.
A vida é sábia, erudita, prudente
não deixa frestas, às dúvidas da gente
a vida é sempre, narrativa funesta...
que redige a morte, desde que começa
ainda que o escriba não tenha pressa
gloriosa ou não, a pauta é sempre essa.
Santos, 05.04.2007
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