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Cronicas-->PNEU MURCHO PODE ENCHER MUITA BOLA -- 26/05/2004 - 09:29 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A bicicleta de minha filha estava com o pneu murcho. Fomos ao posto para enche-lo.
Satisfeita, ela empurrou a bicicleta por cerca de vinte metros rumo à casa. Queria pedalar o quanto antes. Vinte metros após o posto, o fim do desejo.
O pneu da frente estourou com barulho de rojão. Forte. Rasgou o pneu, a càmara. Tudo.
Ela se irritou e começou a chorar. Eu fiquei nervosa com o rapaz do posto que não soube enche-lo corretamente. Depois me enervei com a situação imprevista que me exigiria mais uma hora de esforço. Levar o pneu para consertar.
Ainda assim continuei nervosa porque ela não parava de chorar. Por mais que explicasse que isso as vezes acontece, ela não entenderia o que é um IMPREVISTO.
Na cabecinha dela, até o passeio que ela faria com a bicicleta ela já imaginava qual era.
Mas o caminho agora seria outro: a borracharia.
Eu já estava desconcertada por causa de uma bicicleta e dela, àquela altura.
Deixei-a em casa e lá fui eu, na mesma hora, arrumar o tal pneu. Havia borracharia ao lado de casa.
O rapaz consertou. Não foi barato. Voltei pra casa com a bicicleta, que nem no meio de minha cintura batia. Empurrava-a e estava completamente curva. Cheguei com dor nas costas.
Entrei em casa e a avisei feliz que estava tudo certo. Eu estava menos irritada, pois já resolvera o problema.
Ela nem se ligou mais no veiculo de duas rodas. Já estava brincando de outra coisa.
Coloquei a bicicleta no terraço e lá ela ficou. Deveria ter feito ela andar na marra, mas estava de saco cheio de ouvir outro estardalhaço começar novamente.
O certo talvez fosse não ter consertado a bicicleta. Mas na sua atitude desesperada, optei pelo caminho mais fácil. O conserto.
Decidi pelo caminho que na minha opinião causaria menos estresse, porque estressada eu já estava. E continuei nervosa, impaciente, irritada e estressada, porque entendi a recusa dela como um abuso de minha paciência.
Acho que havia um certo excesso nestes sentimentos. Mas eu fervia por dentro.
Prometi a mim mesma pensar duas vezes antes de agir impulsivamente.
Certo ou errado, conclui que com filho não adianta.O coração de mãe sempre prevalece e a gente age antes de pensar, e não pensa para agir. De maneira geral. E quando a cabeça não funciona direito, claro que o stress aparece.
Qual seria o pensamento que deveria ter tido? Não sei.
Se não tivesse consertado a bicicleta de imediato seria melhor? Talvez.
Se a forçasse a usar seria correto? Não sei.
Só sei de uma coisa: a gente deve proceder com bom-senso, mas sem ir contra o que nosso coração de mãe fala. Toda mãe quer satisfazer seu filho e não vê-lo sofrer. Mas cabe a mim e a nós pensarmos se um pneu furado é motivo para o sofrimento dela.
Ou se fui eu quem "criei" o tal sofrimento sem que ele existisse nela. Eu que fervia e sofria.
O primeiro passo acho que é eu, como mãe, tentar não sofrer por ela. E não me irritar com ela. E nem tanto com um "IMPREVISTINHO". A ponto de ferver.
Talvez seja o caminho para que a criança entenda que nem tudo tem SOLUÇÃO IMEDIATA e que na vida imprevistos acontecem.
Mas na verdade nem eu mesma não contava com este imprevisto e não quis enfrenta-lo. Quis resolver logo. Sem paciência de esperar. Então como posso exigir dela tal comportamento?
Conclui que "imprevistinho" deve ser tratado como a leitura de gibi( "revistinha em quadrinhos"): difícil de enfrentar as primeiras vezes, quando estamos acostumados com letras grandes. Mas após a primeira leitura, se aparecer outro em nossa frente a gente devora.
Eu comecei a ler gibis com minha filha.
Com eles ela até entendeu melhor o que são imprevistos. Tem conseguido assimilar mais fácil o "desvio da rota".
Alias, esta historia mais se parece com historia em quadrinhos.
O enredo é verdeiro. A solução dos quadrinhos foi por mim criada. Acho que pode dar certo.
Perceberá que IMPREVISTO também pode ser motivo pra dar risada, e não chorar.
"Mesmo com o pneu murcho poderemos rir e encher nossa bola de animo. Para consertá-lo. E seguir em frente. Com o passeio de bicicleta, obvio."
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