Soneto XV
Tere Penhabe
Ponteiros, cuja faina é martelar a vida
brutos e incansáveis, nessa triste lida
dai-me, se puder, mais um quinhão
pra suprir lacunas, de alguma ilusão!
Um pouco mais, apenas mais um pouquinho
que o meu coração, bate sombrio e sozinho
por saber que o tempo não lhe dará tréguas
mas levar com ele, ele não quer, as mágoas.
Ah ponteiros, quem os inventou, por certo
não foi um poeta, nunca escreveu versos
foi alguém assim... que esperava o fim...
Eu não entendo, esse cruel destino seu
de furtar as linhas, a quem as escreveu
apagando sonhos, tão lindos de se ver...
Santos, 02.04.2007
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