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Teses_Monologos-->Amazônia - Água - Até Quando? -- 13/04/2003 - 12:15 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

AMAZÕNIA – INSISTINDO NO TEMA
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Jornalistas têm alertando a opinião pública acerca do interesse de países estrangeiros em abocanhar nosso patrimônio natural, a Amazônia. No entanto, tudo indica que estes jornalistas pregam no deserto, tal o silêncio de nossas autoridades, a respeito.

A Amazônia vem sendo maltratada e descuidada há anos, sem que haja preocupação com a preservação ambiental. Queimadas, garimpagem, contrabandos e outros atos predatórios, reforçam e justificam, de certa forma, aquelas intenções estrangeiras.

E o governo, ao invés de apurar denúncias, punindo eventuais culpados por desvios de verbas prefere, sempre, como tem sido comum nestes casos, a extinção do Órgão, pura e simples, como foi o caso da SUDAM.

Aliás, não tenho visto qualquer preocupação ou ação governamental mais contundente em relação às investidas estrangeiras que se fazem contra o nosso território e as nossas riquezas, notadamente na Região Amazônica, a maior, a mais rica em biodiversidade, a mais bela do planeta e que ainda continua sem tratamento adequado por parte deste e de tantos outros governos.

Nesta hora em que as grandes nações, capitaneadas pelos EUA, desenvolvem buscas incontidas para obter a plena e total auto-suficiência de todas as possíveis fontes geradoras de energia, além da perseguição obsessiva à hegemonia e o controle absoluto das decisões de ordem política, econômico-financeira e militar, nosso país parece que não tem nada a fazer, a não ser pagar sua dívidas e, nas horas vagas, sentar-se à praça, com os amigos, para jogar damas ou baralho, esperando sempre pelas eleições, como forma de perpetuação do poder, em benefício próprio, passando ao largo das oportunidades de interferir, com maior soberania, nos rumos mal traçados da economia mundial.

Enquanto isso, a América do Sul pega fogo. Dá sinais de que forças estrangeiras ensaiam o bote fatal, na execução de um cuidadoso plano de inserção, cada vez maior, do nosso continente, que, tudo indica, em sido tratado como quintal das grandes nações, e, atualmente, apenas, fornecedor de matéria prima, a preços subestimado.

E o nosso governo, como de resto, todos os governos da América do Sul, não se entendem politicamente e nem economicamente. O Mercosul caminhava a passos de tartaruga e, agora, parece que resolveu dar um tempo. A Europa já acordou. E já deu um passo político importante com a adoção da moeda única, para fazer frente às investidas do dólar.

E nós, com tantas riquezas, com toda a biodiversidade que nos foi legada, com todos os climas do planeta â nossa disposição, com imensas áreas de plantio, ainda não conseguimos demonstrar resultados significativos em relação ao aproveitamento racional da Amazônia, de nossas plantas medicinais, de nossos metais preciosos, de nossos rios e mares, da indústria pesqueira, enfim.


A preocupação é, e tem sido, sempre, com as eleições. Assim que saem os resultados, tão logo assumem os cargos, recomeçam as estratégias e as ações com vistas às próximas eleições. Aqui acolá uma esmola para o povo. Como foi o recente aumento do salário mínimo, de R$ 40 reais, com mito sacrifício. E o pomposo aumento (?) concedido aos servidores públicos, de um por cento.

O governo Lula deveria estar mais atento para o que anda ocorrendo no mundo. A escassez mundial de determinados produtos tem sido o fato gerador de grandes conflitos e de invasões de países como o Afeganistão e o Iraque. A desculpa tem sido esfarrapada: o combate ao terrorismo internacional.

As fontes de energia, e outros determinados bens e produtos, como os que podem ser encontrados na rica biodiversidade amazônica, a começar pela água, naturalmente, não tardará a ser a bola da vez. Despertando o interesse de potências, como os Estados Unidos da América, cujo governante atual, o presidente Bush, já deu provas que não medirá esforços para conseguir seus intentos. Para ele, os fins justificam os meios. E os meios, segundo a nova doutrina do governo americano, começam pela aplicação da força.

De nada adianta o nosso frágil Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia, o Sivam, que, aliás, é bom que se diga, teve o dedo do americano desde a sua elaboração e implantação. Depois, diante do poderio bélico dos americanos, o que nossas Forças Armadas poderiam fazer, no caso de uma invasão de nosso território, sob a alegação de que não temos tido o devido cuidado com nossos recursos naturais, notadamente a água, pondo em risco toda a humanidade?

Tanto são os desastres ecológicos que têm acontecido no País, que será muito fácil ao governo americano justificar uma eventual invasão do Brasil, sob o pretexto de proteger nossas reservas florestais e de água, ou, ainda, sob a alegação de que, diante de nossas desprotegidas fronteiras, o contrabando de drogas e de armas podem ser intensificados.

Desconfio até que sejam propositais, alguns acidente ecológicos que têm ocorrido com muita freqüência neste país. Empresas experientes, como a Petrobrás, tem registrado vários acidentes com derramamento de óleo, poluindo nossos mares.

Navios estrangeiros, que aqui aportam, não são fiscalizados como deviam, e inundam de óleo nossas praias e mares, causando sérios prejuízos ao meio ambiente. Empresas que trabalham com produtos químicos , há anos despejam seus dejetos tóxicos em rios que abastecem centenas de cidades. O caso do Rio Pomba, o mais recente, dá o tom do descaso das autoridades com a questão ambiental.

Será que tudo isso é de propósito? Não gostaria de acreditar nisso. Mas, infelizmente, no mundo globalizado que prioriza o lucro e a acumulação de capitais, tudo é possível. Não foi por outro motivo que os EUA abandonaram o Tratado de Kioto. E têm se mostrado arredios com a questão da preservação ambiental. O efeito estufa poderia ser outra constatação desse fato.

A bem, da verdade, não estamos dando o devido valor às nossas riquezas. Temos sido subservientes ao capital estrangeiro. Vendemos todas as nossas estatais, dilapidamos nosso patrimônio, reduzimos os investimentos em segurança e defesa nacional, desmontamos o serviço público e paramos de crescer.

Entramos no ciclo que eu chamaria de síndrome do endividamento adquirido. Somos presas fáceis dos interesses internacionais.

Nossa economia? Vai muito bem, obrigado. Assim dizem os investidores e especuladores internacionais, satisfeitos com os juros nas alturas. Não tão bem, diria eu. Ou às nossas custas, muito obrigado. Pois eles decidem o que fazer e, nós, a população, ficamos com a conta. E, como não temos dinheiro para pagar, cada governo se encarrega de rolar as dívidas e contrair novos empréstimos.

E assim, de rolagem em rolagem de juros da dívida, chegaremos um dia ao limite de nossa capacidade de pagamento.

E a serpente, nesta hora, dará o seu bote fatal: Que tal a Amazônia, para começar nossas negociações?

13 de abril de 2003





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