Soneto IV
Tere Penhabe
Só não é torpe a ilusão, quimera
do sagrado tronco que é imune à dor
abençoa o machado que o fere
e o faz por crença, nunca por amor.
Muitas são as lendas, poucas as verdades
em vôos se atropelam pássaros no céu
alguns em vôo triste, amargam a saudade
outros emprestam asas ao menestrel.
No pouso é que reside a diferença
alguns se ferem e do próprio sangue
escrevem sobre si, sua cruel sentença.
O coração pode voar, como o pensamento
mas não traça o caminhar, só o tormento
do sal das lágrimas, bebe os sonhos seus.
Santos, 26.03.2007
www.amoremversoeprosa.com
|