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Cronicas-->NUVENS LEVAM AO BELO SONHO DO INFINITO -- 19/05/2004 - 08:35 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando eu era pequena, um grande sonho sempre foi deitar nas nuvens e sair voando encima delas.
Imaginava que a sensação de voar fosse a mesma que comer algodão doce. Uma delicia.
Pena que este sonho nunca pode se tornar realidade, porque a natureza nos impede.
Mas a primeira vez que voei de avião, aos sete anos, pude ver de pertinho como é uma nuvem de verdade. Entendi que ela era muito frágil para suportar o meu peso.
Passei a questionar a necessidade das nuvens existirem. Porque apesar de brancas e delicadas, muitas vezes escondiam o sol, e outras ficavam tão escuras que davam medo em mim. Sem falar nos relàmpagos e trovões que escutava e pensava que vinham de dentro delas.
Mas a rapidez com que as nuvens escuras sumiam, dando lugar àquelas branquinhas e fofinhas permitiu-me perceber que tudo se transforma. A nuvem escura se transformava em nuvem clara, às vezes sumia, outras reaparecia. As formas que as nuvens assumiam também me fascinavam. Eu procurava um monte de figuras, como se fosse um jogo de adivinhação.
Minha imaginação centrava-se no que havia de mais puro e natural: a própria natureza. Sobre a qual nós não exercemos controle. Afinal, o movimento das nuvens é involuntário. Depende de muitas outras variáveis como os ventos, a temperatura, etc para existir.
Quando elas não apareciam no céu eu não deixava de sonhar. Imaginava onde elas se escondiam e quando poderia reencontrá-las.
Eu sabia que elas ficavam distantes do chão, apesar de estarem visivelmente perto de mim. Descobri como era longe quando voei de avião e vi quanto ele subiu.
Ai a minha imaginação me levou de volta para a terra. Para minha casa, minha escola, e também comecei a pensar em como seria o lugar para onde o avião me levava. Por mais que a gente pise no chão dentro do avião, parece que estamos flutuando. Ao lado das nuvens.
Eu queria chegar, mas ao mesmo tempo não queria que minha felicidade em estar tão perto das nuvens terminasse. Mesmo que não pudesse estar encima delas, como era o meu sonho.
Percebi que estar ao lado delas também era bom, porque eu estava vendo como elas eram. Não podia pegar. Eu falei isso pra minha avó, com quem eu viajava. Ela me explicou que não dava pra pegar nelas, porque fora do avião era muito, mas muito frio.
Mas eu não conseguia imaginar uma coisa tão fofinha como a nuvem sofrendo com o frio. Minha avó me disse que elas estavam acostumadas, e que não precisavam de casaco pra se proteger.
-Vai ver que é por isso que elas se mexem tanto, vó. Enquanto a gente se mexe, o frio diminui.
Minha avó falou que elas não tinham vida como a gente, e que não ficavam tristes.Aqueciam-se porque o sol estava bem pertinho delas.
-Mas e quando o sol não aparece, vó? Perguntei.
-Quando ele não aparece as nuvens ficam tristes. Elas perdem a cor, escurecem, mas rapidamente ficam branquinhas de novo quando o sol está perto.
-Quer dizer que branco é cor da felicidade?
-Sim, respondeu ela.
-Mas e as outras cores, vó? Eu acho branco tão sem cor....
-Você tem razão, minha neta. Mas você vai estudar quando for um pouco maior sobre as nuvens nas aulas de ciências.
Minha avó não queria dar trela pra neta de sete anos. Eu acho que pessoa de idade não tem paciência pra responder tanto "porque" que as crianças perguntam.
Por isso ela logo disse que aquilo era "coisa de escola". Como se o estudo solucionasse todos os meus questionamentos.
Na escola descobri que as nuvens tem nomes: Cumulus, Cirrus, Estratus e Nimbus. Mas isso só aos dez anos. E também como elas se formam, porque desaparecem, etc.
A escola deu por encerrado o meu sonho de querer voar sobre elas. Porque provou pra mim que sua existência não tem nada a ver com a imaginação da gente. Em parte.
Eu acredito que o mundo foi criado por Deus. E acredito que através dele as crianças possam alimentar suas imaginações, mesmo ao descobrir cientificamente como as nuvens são.
Deus permite que "fiquemos nas nuvens" de vez em quando. Se acreditarmos que é possível "voar sobre elas". Isso alimenta nossos sonhos. E o sonho na medida certa impulsiona nossas vidas pra frente.
Só que o sonho só acontece se não cortarmos as asinhas de nossos pimpolhos desde sua infància. Devemos permitir que eles por conta própria descubram que nem tudo pode ser imaginário. Que parte de nossa vida é real. Mesmo.
É na busca pelo entendimento de seus imaginários que eles desenvolvem a curiosidade. Permite a eles questionar, interagir sobre assuntos ligados ao cotidiano.
Mesmo que para nós seus imaginários sejam completamente "irreais". Mas eles estão medindo a validade do mundo real no meu ponto de vista: "será que uma nuvem é tão legal assim? Porque ela existe?".
Assim distinguem o que é real, o que é imaginário. E se não barrarmos suas descobertas, sempre haverá um sonho fascinante a ser realizado, mesmo que depois eles descubram que é apenas um sonho.Ele deve perdurar até que nós mesmos descubramos sua impossibilidade real de concretiza-lo.
Devemos talvez investir mais na relação com nossos filhos e aprender com eles como fazer perdurar os sonhos e "ficar pairando nas nuvens" de vez em quando.
Vai ver que é por isso também que é tão bom ser criança. Afinal, criança é doce, como algodão doce, que é uma delicia como as nuvens..........OS SONHOS NÃO TEM FIM. E AS NUVENS TAMBÉM NÃO.
Nosso imaginário tem o infinito para sonhar. Graças a Deus, que criou o mundo, as nuvens, os sonhos e nossa imaginação.
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