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Cronicas-->Destino do glamour: o céu. -- 17/05/2004 - 21:55 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Luiz, Joao e Amaro encontraram-se depois de muitos anos novamente. O primeiro encontro fora na sua beatificação. Anos se passaram, e os três reviram-se numa reunião da A. E.A G.
Naquela reunião, os três conversaram e falaram muito. Discorreram sobre os anos que haviam passado, sobre a beleza da cidade em que viviam, sobre os anos dourados que agora só eram cinzas. Falaram das reais possibilidades de resgatar aqueles bons momentos. Mas sabiam que era difícil, quase impossível. Por este motivo, os três haviam decidido voltar para sua terra de origem. Lá embaixo não havia mais o que fazer, pelo menos por enquanto.
- Não tem jeito. É deprimente para mim acompanhar a decadência do lugar onde morei por tantos anos.
- Posso dizer o mesmo, falou João. É um caminho sem solução.
- Pior que isso. Muita gente que pode fazer alguma coisa vê e nada faz. E nós, que pouco podemos fazer, apenas assistimos. Antes era de camarote. Hoje, eu rezo para que não atinjam meu santo nome com uma pedra ou algo parecido, complementou Luiz.
- Eu tenho alguém que divide o espaço comigo, passa encima de minha cabeça e é uma barulheira só. Posso afirmar que minha decadência começou depois que inventaram esse tal de minhocão, falou João. Foi o começo do fim.
- Esse minhocão é famoso pela poluição visual que causou....e meu pedaço esta também todo poluído com pixacoes. Mas placas de aluga-se e vende-se é o que mais se vê. E a pouco tempo precisava fazer fila para encontrar um espaço ao longo da avenida, falou Amaro.
- Ali no meu pedaço só sobraram algumas edificações suntuosas. Mas muitas estão descuidadas, outras abandonadas, em outras mora gente mal educada. Poucos são aqueles que ainda orgulham-se por ali morar, falou Luiz.
- É uma pena. A cidade cresceu, mas não souberam preservar os locais por onde ela começou. E a vida naquele tempo era muito mais bonita.
- As pessoas eram mais felizes, eu acho-falou João.
- As pessoas também tinham mais respeito pela gente- não jogavam lixo, preservavam as calcadas e as ruas, eram mais polidas como um todo, disse Amaro.
- E essa historia de corredor de ónibus também destruiu muito de nossa beleza, falou João.
- A vida se acelerou, mas os carros hoje correm tanto que ninguém respeita ninguém, e todo mundo respira esse ar cinza e pesado. Inclusive nós, disse Luiz.
- Agora não mais, falou Amaro. Nós já estamos aqui encima, lembra-se?
- É mesmo. Sobrou só nossos nomes nas placas de cada esquina, falou Luiz.
- Quem sabe assim sentem a nossa falta e pensam em reativar um pouquinho de nossa beleza.
- As pessoas estão tristes com nosso abandono, falou Amaro.
- Eu também acho. Mas estava cansado de sofrer, complementou Luis.
- Com a Associação das Ex-Avenidas Glamourosas a gente pode ao menos lembrar dos velhos e bons tempos.
- É só isso que sobrou. Belas e antigas recordações. E lá embaixo, algumas fotos que recheiam paredes de bares e museus em São Paulo.
- A realidade de hoje é bem diferente. Prefiro ficar aqui, longe de tudo, até que nossos espaços revivam.
E os três santos lamentaram a perda do glamour de suas avenidas que tanto lhes deu prazer de viver. Prazer agora, só no céu.


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