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Contos-->A Flor do Deserto -- 06/04/2006 - 22:05 (Flavio Luiz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No deserto da minha vida, uma longa trilha de pegadas na areia já deixei para traz. Depois de expulso do ultimo oásis minha caminhada continuou em uma direção apenas instintiva, desorientada e solitária.
De repente ao longe, chamou minha atenção, uma flor no deserto. Ainda longe demais para ver seus detalhes, longe demais ainda para toca-la,... longe de mais. Em agonia de ansiedade, andei mais e mais para alcança-la, mas quanto mais andava mais longe ela ficava, mais inalcançável ela se tornava.
A garganta seca, a língua gruda no céu da boca, tenho medo de engolir minha própria língua e sufocar. Minha pele queima por debaixo da roupa, meus olhos ardem, não tenho lagrimas para umedecer as pálpebras para piscar e tirar a areia dos olhos. Meus músculos já não têm forças para me carregar, o sangue de tão seco já não leva mais energia alguma. Caio ao solo, e agora prostrado, me arrasto. Nos meus ouvidos um zumbido que vai se avolumando, parece que o calor do deserto tem som e eu posso ouvi-lo. Câimbras e dores me castigam, rasgam minha carne por entre os ossos, até o meu grito de dor é seco e sufocante.
Onde há uma flor, pode haver algum maná para salvar minha vida miserável. Uma flor nunca está sozinha pode haver mais vida com ela, e entre outras vidas a minha pode ser preservada. Já estou sufocando parece que o ar quente já não chega mais aos meus pulmões. Braços esticados em um esforço derradeiro, apenas mais um pequeno sopro de vida e eu posso alcança-la e ai poderei me salvar. Finalmente a alcanço, toco a flor com minhas mãos tremulas e desesperadas, mas a flor se desmancha, vira areia. Então vejo que a flor não podia ser tocada, não podia ser colida, não podia ser de ninguém, pelo simples fato de que no deserto de areia até as flores são de areia.
Desmancha-se a flor, eu desfaleço. E no deserto mais um morre, segurando firme um punhado de areia.
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