A BOLA
A bola que rola redonda pela grama molhada
Se errada, bate de cara na trave parada
Ou na publicidade banal pintada na placa
Cansada, fura e agora é esfera murcha.
Remendo, adesivo, borracha
Chance da velha bola ser reaproveitada
Enche, infla, ar, pressão, insufla
A pelota vai de novo apanhar em outra disputa.
Assim é a vida da bola sem vida
Tantas vezes lançada errada
Para só de quando em vez
Beijar a rede contrária.
É o fado de sua globosa forma
Rolando de lá para cá e acolá
A espera de que a mão doce da fortuna
A alegria de um gol gentilmente a conceda.
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