A INFÂNCIA ASSASSINADA
Por Vera Linden
A tarde fez uma pausa.
Parou sem poder parar.
Mas, era importante a causa.
Cobrar ou deixar de cobrar, resgatar?!
Até os pássaros, se tornaram silentes.
Se falava de vidas e de gentes.
E, nada poderia acalmar,
a ira dos justos.
Nenhuma alma deixou de chorar,
do mais doloroso dos sustos.
No infanticídio, não há consolo.
Corrói-nos o infame dolo.
Imerso em ouro, o cruel mandante,
Em sua piscina especial.
O ladrão, o gigolô, o traficante.
Sua senha é a droga fatal.
Cocaína,craque, maconha e, a vida??
Talvez, ela cansou de ser traída!
Tanto futuro interrompido.
Quem governa, no palácio se fechou,
foi calado ou corrompido.
O medo foi quem mandou.
Quem fez o discurso?
Qual o nosso recurso?
Os senhores da lei, os magistrados,
os juízes intocáveis,
cujos processos a serem despachados,
requerem tempo,tempos intermináveis.
Tem dinheiro para o melhor advogado pagar?
Adquiriu o direito de matar.
E a infância assassinada?
Perdeu-se a justiça, pela rua.
A nossa alma indignada,
não aceita esta verdade crua.
Onde está a lei? A compaixão?
Mortas, presas em um caixão!
Dia Sete de Março fez um mês da morte do
menino JOÃO HÉLIO, assassinado barbaramente,
na cidade do Rio de Janeiro.O que dizer aos
pais, ROSA e ELSON ? E a sua irmãzinha?
Existe consolo para uma perda assim?
Em dezoito de março, JOÃO HÉLIO completaria
sete anos.
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