Não tem tempo ruim.
Todo vestido é bem vestido.
Os óculos modelam a moldura.
O grito é um sorriso.
O batom é natural.
As luvas são macias demais para as mãos.
O andar é o caminhar mais belo.
As pernas não precisam ficar tão cruzadas.
O cabelo é uma cachoeira cheirosa.
A nuca lisa e leve.
O “tô com saudade” da vontade de chegar bem perto.
O “você sumiu” é tesão.
O “não, não precisa não” é um dengo.
O “eu te ligo e nunca você está” é uma vontade de ter ciúme.
O “eu tô linda hoje”.
- Eu sei.
- Como você sabe?
- E eu não conheço a sua voz de sedução.
- Eu dou muito na “pinta”.
- Não eu pinto o quadro.
- Acabei de tomar banho.
- Eu sei os cabelos estão molhados.
- Você está me conhecendo demais.
- Eu sou um bruxo.
- Parece mesmo.
- Você ta na sala.
- Não, na cozinha.
- Comendo um bombom.
- Como você sabe?
- Eu sei.
- Agora mesmo você vai dizer até a cor da minha calcinha.
- Não sei, mas você esta de camisão.
- Pior que tô.
- Eu sabia.
- Vem lanchar comigo.
- Você continua sacana, sabe que eu não posso.
- Azar o seu.
- Eu sei qualquer dia eu vou aí te ver.
- Tô esperando.
- Então falou.
- Um beijo.
Autor: Marco Túlio de Souza
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