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Poesias-->Transmemória Da História -- 05/03/2007 - 11:15 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952220189198200
Antes dos piratas descobrirem o Brasil

Pindorama havia descoberto a felicidade

As caravelhas nas caravelas navegavam

Ávidas em direção aos seios empinados

A pele morena das nativas, ingênua e nua

Corria em direção aos carrascos venéreos

A sífilis aportou na Terra da Sta. Cruz

As praias pululavam de Iracemas cor salmão

Apaixonadas, a fundirem-se com a ralé dos

Martins das galés portuguesas. Séculos mais tarde

O rei covarde migraria com a Corte novata

Malas-artes a fugir, rabo entre pernas

Do exército pequeno-burguês de Napoleão

A felicidade corada compartilhava a carne

Fresca das adolescentes das tribos com os

Habitantes do caramanchão pirata. Os

Bucaneiros haviam se lançado na aventura

Ambiciosa da suposta descoberta. Em busca do ouro

Abandonaram suas Marietas às margens do Tejo

Por sobre o mar salgado de suas lágrimas

Renunciaram às noivinhas viúvas que ficaram

A ver navios mesmo antes de casar. Chegados,

Navegavam a carne viçosa das meninas oferecidas

Madalenas caídas na terra venturosa do além-mar.

Antes dos tratantes aportarem às praias na terra solar

Os nativos haviam descoberto a bem-aventurança.

Seus fardos: o arco, a flecha e o tacape. Nada de carteira

Profissional, sindicatos, desemprego, Banco do Brasil

Nada do horror e da violência globalizadas das cidades

Viviam da arte da pesca, da caça, do canto do uirapuru

E dos gorjeios do sabiá. A história dos feitos da liberdade

Os heróis das tribos contavam em volta da fogueira

Exaltavam os guerreiros da ancestralidade sob o céu de anil

Os antepassados vinham fazer companhia aos filhos

Do sol, do trovão e da lua. Tupã, Iara, e a alegria

Ecoava em cada coração o júbilo inocente da oralidade

Sob a mata atlântica, cobertor natural das tribos. As crianças

Possuíam nada menos que as estrelas, as matas, os bosques

As palmeiras. Onde cantavam os sabiás. Pindorama havia

Descoberto a sorte, o sucesso, a igualdade, a fraternidade

A liberdade. Antes que os bois de piranha de

Portugal com suas caravelhas chegassem cantando fardos

Antes que o CO2, o efeito estufa, os hidrocarbonetos

O dióxido, o monóxido de carbono, a fuligem e as ondas

De rádio radioativas ganhassem as mentes para seus carros

Antes que o Ministério da Educação à Big-Brother

Tomasse conta das imagens de tvvisão. Até os Caetés

Canibais, que também gostavam de sardinhas

Que comeram o bispo português com farinha

Eram menos antropofágicos que uma rede de

“Fast-food” à MacDonald´s. Pindorama havia descoberto

A melhor fortuna antes que a sociedade anônima dos lobos

Colonizasse Porto Seguro, Santa Cruz, Cabrália. E a

Dominação das cidades de carne pelas armas de fogo

Dizimasse covardemente, passando a ferro e a fogo

As crianças, as mulheres, os adolescentes, os adultos,

Os idosos das nações tapuyas, pitiguaras, tabajaras

E outras muitas. A sede escatológica dos garimpeiros

De ouro chegada com as caravelhas produziram

A cultura musical do Axé que faz o júbilo dos “castores

Arreganhados” das Daniela Mercury, das Ivette Sangalo

Do chiclete com banana que exportam o carnaval da Bahia

Para o resto do país, alegria dos políticos fora de época

Fora de tudo que não seja o interesse burguês de manterem-se

Elegíveis para outro mandato no “pra lamento”. Enquanto os

Toninhos Safadezas, do alto andor de seus chiques apartamentos

(substitutos dos Sobrados das usinas de açúcar do Pelourinho)

Contemplam as gerações e gerações contaminadas pela sociologia

Das Casas Grandes & Senzalas. Os negros, cafuzos, brancos

Mulatos, morenos, caburés palacianos cantando as delícias

Do trabalho escravo dos severinos das periferias nos Mocambos.

E o país Bahia fazendo cantar e dançar e pulular

As micarinas das pessoas dominadas pelo trabalho escravo

Nas senzalas empresariais com carteira profissional assinada

Enquanto as mucambinhas de franginha da sociedade globalizada

Ensinam a pastar nas universidades que não ensinam nada

Sob a chibata dos salários minguados dos professores

Sob o açoite oportunista de seus ministros tropicalistas

Músicos d´África colonizada pelos senhorio branco das guias

Tecidas de contas de vidro, louça e missangas, made in

Península Ibérica, Holanda, França, Alemanha, América

E Bahia! Nas escolas se aprende a gramática para concursos

Públicos, o abc, a cartilha das academias para o mundo triste,

Casmurro, das meninas baianas, cada uma, tão legal, produto

Nacional tipo exportação, para o turismo do Axé, do lupanar

Do jeitinho brasileirinho que Deus, que Deus dá!

Cinco séculos depois os matadores de índios pacificam as

Gerações modernas com a musicalidade dos tios elétricos

Em nome dos exércitos de canibais filhinhos de papai

Da Capital Federal. Ah! Planalto Central, quanto de teu sal

Ainda são lágrimas de Portugal. A “alta cultura” de suas academias

De “ensino superior”, produto das travessuras “pra lamentares”

Dos “valores de Algarve” trazidos nas Caravelas institucionais

Da diplomacia do café com leite, do feijão com arroz

Os matadores de índios pacificam as novas gerações

Com a sífilis atualizada das hepatites de A a Z e as viroses

Tipo HIV. Tudo ao som da cultura nacional made in Brazil

Toda menina baiana tem um santo, oxalá, toda menina

Banana tem um jeito de “dançar”, que Deus deu, que Deus dá

Enquanto o Axé salvador deixa sangrar

O filho da dor de Iracema, mestiço nativo,

Numa parada de ônibus da Capital Federal

É queimado vivo para divertimento de moleques “chiques”

Filhinhos de papai, produtos da “educação” e da cultura

Nacionais, dos sites virtualizados pela nau Internet

Desumanizados pelo colonialismo educativo da globalização

Há cinco séculos as noivinhas à margem do Tejo

Ficaram viúvas sem casar. Seus olhos aos pares

Sozinhas

Sobraram, carpindo o horizonte longínquo do além-mar

Seus noivos embarcaram no mar, idos em direção

Às terras morenas, onde seriam pais de uma geração

De filhos da dor descendentes de Iracema

Filhos das mães baianas, das garotas de Ipanema

Que escaparam da sanha homicida de seus Martins

E de suas drogas, e que dançam e dançam parecendo

Felizes, todas atrizes das micarinas como se jamais

Quisessem pensar. Como se jamais quisessem parar.

De “dançar”.

Se parassem uma vez por mês para ler um livro...
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