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Cronicas-->TRANSEUNTE -- 04/05/2004 - 16:39 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando ouvi pela primeira vez esta palavra, estranhei. Foi na faculdade. Num trabalho de marketing. Pesquisávamos sobre o fluxo de pessoas na Avenida Paulista. E num livro de teoria mercadológica, li esta palavra.
Sinónimo de "pessoa que circula", andarilho, passageiro, consumidor, etc. Eram os compradores potenciais para um novo produto que lançaríamos em nosso estudo de caso numa loja na Avenida Paulista.
Não me passava pela cabeça igualar um consumidor potencial com "alguém em transe". Para mim, transeunte significava isso. Alguém em transe cairia em nossa loja de para- quedas, sem saber o que comprar. Somente para atrapalhar. Daqueles consumidores que muito olha, pouco compra. Que bagunça prateleiras, quer tudo e nada ao mesmo tempo. Sem foco e sem desejo de compra.
Mas se todos os que passavam em nosso ponto comercial eram transeuntes, quem compraria nossa mercadoria? Que produto lançar para agradar paraquedistas? Talvez uma loja de artigos de esporte.
Naquela época, no inicio da década de noventa, tudo se vendia na Avenida Paulista. O tal do engenheiro que virou suco, as lojas do Shopping Paulista, as casas de xerox e fax, depois os Shoppings tipo Box, etc.
Não havia lugar para transeunte. Porque todos sabiam o que comprariam. Ou talvez todos fossem transeuntes aguçados pelo desejo de compra momentàneo. Mas sendo um ou outro, todos tinham algum dinheiro.
Conclui que não importava muito então o tom da palavra. Alguém em transe, que transa ou que circula a pé, tanto fazia. E, na verdade, a maioria de nós entramos em transe, transamos e circulamos para viver melhor. Tudo isso é saudável.
Sem me dar conta de minhas "elocubrações" mentais, em pouco tempo o projeto da loja já era uma loja de sex-shop, para atender aos que transam loucamente, uma farmácia naturalista de manipulação, para os que entram em transe, e outros pontos para locação.
O meu transeunte se tornou um consumidor potencial, rico em desejos e rico em grana, porque os negócios foram para frente. Os que circulavam na porta de meu shopping eram todos transeuntes muito bem vindos. Bastava dinheiro para pagar o consumo. Eu também me transeuntei, porque tomei gosto pelos negócios que montei que abri uma rede de shoppings com o mesmo perfil de lojas depois que me formei. A da Paulista ainda está lá, mas passei o ponto.
Hoje as coisas não estão nada bem, e meu transeunte fica na calçada mesmo, apenas circulando, sem grana para consumir.Mas quem sabe eu precise encontrar um novo termo esquisito para dar asas às minhas idéias e assim encontrar novas opções de negócios potenciais. Porque das esquisitices nascem as grandes idéias, e os grandes gestores.
Um termo esquisito, não despreze. Nada na vida foi feito para se jogar fora. Muito menos as palavras de nosso sagrado dicionário português, por mais esquisitas que sejam.
Obviamente, o excesso de prazer pelo esquisito não é saudável. Nem tudo que é esquisito cheira bem. Mas aquilo que assim lhe parecer, por mais que não o seja, não perca de vista. Alguma coisa de interessante e promissora tem.
Depois soube que transeunte era uma palavra comum. Se assim fosse para mim, jamais me chamaria a atenção.
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