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Cronicas-->Verdade Interior -- 02/05/2004 - 10:41 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Verdade Interior


Convivermos harmoniosamente com aquilo que somos, depois de darmos os nossos passos pelos caminhos das nossas verdades mais íntimas, parece constituir-se um dos mais profundos desafios de nossas vidas.

Mirar-nos sem máscaras, em nossos melhores e piores àngulos, permitindo que se reflita para o nosso olhar, os nossos anseios mais ocultos, desilusões, limitações, mistérios, impossibilidades, valores e outros sentimentos menos nobres, é sem qualquer dúvida, uma tarefa árdua em nossa existência.

Conjugar no pretérito imperfeito as nossas mais cristalizadas certezas, tornando-as também parte do ciclo da vida, confrontando-nos com o que interessa à nossa faceta mais fraca, que nos inquire por permanência e acomodação é exercício de aperfeiçoamento do ser. Quando nos damos salvo conduto para enfrentarmos e conhecermos nossa verdade interior, mesmo que isto cause desconforto, dor e inquietude, podemos nos desvencilhar das emboscadas da imaturidade e do caminho inverso da evolução.

Dizia o hindu Baghwan Shree Rajneesh que a maior fonte das aflições do homem é o tornar-se. E talvez, por este desejo, estejamos sempre com um pé no futuro e outro fincado no passado, confrangendo-nos pelo que não realizamos, conquistamos ou pudemos ser.

O itinerário da nossa integração e equilíbrio, somente tem uma via: a coragem de enfrentar e acolher o que somos, o que nos faz vacilar, o que nos assola, assusta e paralisa, com ousadia e destreza.

Finalizo com um trecho do livro "Experiências" do historiador inglês Arnold Toynbee:

"Encarar-se a si mesmo é portanto uma provação muito mais terrível do que a separação de um ente amado, a incapacidade ou a morte. Entretanto, Lucrécio fala a verdade quando diz que o nosso eu é um companheiro do qual não podemos escapar. E, se conseguíssemos escapar dele, nos desvencilharíamos daquilo que está dentro do eu, conforme uma concepção hindu. Segundo este modo de ver, um ser humano que penetrou nos íntimos recessos de seu eu se encontrará aí face a face com a realidade espiritual última" .


Fernanda Guimarães
Em 20.04.2004

www.fernandaguimaraes.com.br
fernandaguimaraes@fernandaguimaraes.com.br


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