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Contos-->No Fim Do Arco-Íris -- 02/03/2006 - 02:25 (wagner araujo da silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No Fim Do Arco-Íris – 14.Janeiro.2006 – 02:55

Todos já devem ter visto aquela imagem de um derrotado que sai caminhando estrada afora carregando apenas um pedaço de pau com uma trouxinha amarrada em sua ponta. Normalmente vermelha e de bolinhas brancas. Acho que para acentuar o ridículo da situação.
Assim começou o meu sonho dessa noite, um dos raros em que consegui ir até o final, sem ser brutalmente interrompido pelo despertador ou por alguma circunstância ameaçadora durante minha quimera, não aquele monstro com cabeça de leão da mitologia.
Estava eu a caminhar por uma estradinha de terra debaixo de uma torrencial chuva. Após o aguaceiro, no entanto, um lindo arco-íris emergiu no horizonte. Os gregos deram o nome de Íris à bela deusa que habitava o arco celeste - o nome de arco-íris é uma homenagem a ela. Íris carregava um jarro de água nas mãos, para formar o seu chão de vapor colorido e empunhava o caduceu, um bastão com duas cobras enroladas, símbolo da cura, até hoje usado para representar a medicina. Saí em sua direção, afinal, sempre me foi dito que em seu final há um pote de ouro. Todas as cores estavam lá. Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, conforme me ensinou a tia Cleonice, na segunda série do grupo escolar. Não sei mais como se chama esse estágio em nosso sofrível sistema educacional. Tenho saudades do grupo, do ginásio e do colegial. Tive uma turminha boa, ninguém se perdeu nas drogas, nas bebidas e no crime.
Lembrei-me de meu avô Manoel. Uma das raras lembranças que dele tenho. Jogávamos bolinhas de papel na gata Mingata. Apenas para acordá-la para que ela viesse nos acompanhar na conversa. Assim nasceu meu amor incondicional aos gatos. Meu primeiro felino, a gata Mingata. E até hoje não descobri o gênio criativo que a batizou. Talvez o próprio vovô Manoel, talvez vovó Aurora, não sei. Mais uma coisa que não sei.
Após esse preâmbulo, voltemos à estrada e ao sonho. Lembro-me de ter passado por um bambual, de ver bambus serem tocados e vergados pelo vento refrescante, o sopro de nosso Senhor. Ao se vergarem, brotos nasciam e seqüência à vida davam.
Vi um cupinzeiro e fiquei admirado, ao tocá-lo, pela sua consistência. E pensar que todo aquele barro fora unido e solidificado graças à saliva dos cupins. Pura engenharia da natureza.
Acima de mim, nuvens revelavam faces de pessoas que se foram, de outras que ainda remanescem na lembrança sofrida, mas que o devido tempo dissipará, mesmo porque, não mais as mesmas elas são.
Após muito caminhar, a dor dominava meu corpo velho vitimado pela falta de exercícios. O olhar, pesaroso, revelava a mais pura e sincera desilusão e a mais profunda tristeza.
A visão do arco-íris somada ao som dos quero-queros gasnando a vida, no entanto, me deram forças para prosseguir a caminhada. Absorto em meus pensamentos viciosos, não percebi o tempo passar, não senti a distância para trás ficar. Cheguei ao fim do arco-íris, e, sentadinha sobre uma pedra, a sorrir, lá estava você, Lígia.


Wagner -
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