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Cartas-->GISELA GONDIM -- 02/08/2003 - 19:40 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Brasília, 12 de agosto de 1999


Minha cara GISELA GONDIN RAMOS

CARTA A UMA ESCRITORA GISELA

E a eternidade do homem, na Terra, traduz-se pelo que ele faz, marcando sua passagem, de forma indelével e notável, quando se trata de seres humanos predestinados aos grandes feitos.

*Para os seres humanos do novo milênio, o tempo e o espaço são conceitos inexistentes e totalmente superados na era da cibernética. A fraternidade entre os homens está na razão direta da comunicação.

A vida é o bem mais precioso do ser humano, mas a vida sem liberdade não tem qualquer significado, nem dignidade. A liberdade, porém, não se confunde com a licenciosidade.

I

Ler
um livro é viajar para o até então mundo desconhecido, conviver com fatos até então estranhos e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo, que era só dele e passou a pertencer também ao leitor, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso da sua obra, participar da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e segui-las.
Eis
o poder de um artista, de um escritor, de um estadista, de um jurista, de um cientista do direito, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o construtor de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos.
E
livros, que eu saiba, não dão dinheiro, pelo menos para mim ou para o João Ubaldo Ribeiro, que escreveu há algum tempo, no Estadão (vale a pena saborear seu escrito ), uma preciosa crônica, de extrema atualidade, “Eu quero meu cemildola.” Mas quando não se sabe fazer outra coisa, vale mesmo a pena escrever, não importa se dê dinheiro ou não. Se dá prazer, pronto!!! E quando, além do prazer, é uma necessidade, então, não há outra coisa a fazer, senão, escrever!
II
Acabo de receber com muita alegria seu notável ESTATUTO DA ADVOCACIA, que desde logo se projeta como uma obra duradoira, fadada a tornar-se um clássico.
Resolvi, então, imediatamente, devorar, sua leitura, que, à primeira vista, pareceu-me bem conhecer o tema, que, há muito, venho estudando. Na verdade, porém, por sua originalidade, teve o poder de despertar-me a curiosidade e exigir uma rápida arrancada em busca das delícias deste novo mundo, pontilhado de questões que se refletem, na vida cotidiana de todos nós. Conclusão: você trouxe decisiva contribuição, com muitas novidades.
Já na apresentação preliminar, com a citação de um pensamento do inolvidável RUY DE AZEVEDO SODRÉ, que tive a honra de conhecer, quando ingressava no INSTITUTO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, e ler seu clássico Ética Profissional, fez-me lembrar dos velhos tempos da Faculdade e do querido advogado – o príncipe da palavra e do pensamento.
Você foi muito feliz na análise e nos comentários, artigo por artigo, acorrentando-os à jurisprudência pretoriana e da OAB, tornando-o um repositório indispensável a todos que se dedicam à árdua e nobre profissão de advogar. Esta obra, porém, interessa a todos indistintamente: magistrados, procuradores, promotores, juristas e estudantes.
Lei relativamente nova, o Estatuto da Advocacia é, na verdade, o fundamento não só do advogado mas de toda sociedade, pois contém as prerrogativas profissionais de defesa do ser humano, como anota o eminente Presidente da Ordem dos Advogados, Jefferson Luiz, em seu judicioso prefácio.
As narrações e os comentários conduziram-me de vez a este universo candente do direito que, sob a capa da absoluta liberdade, pode levar o Estado e os governantes, notadamente, na perigosa área do processo, aos mais desenfreados abusos e distorções. Contudo, você soube, como ninguém, fazer uma apreciação dos diversos institutos, à luz dos mais lídimos princípios jurídico - constitucionais.
E por que não dizer que o tema, de suma importância, que você aborda, com tanta veemência, torna-se facilmente assimilável, a ponto de matéria tão difícil, transformar-se em leitura de fácil compreensão, tratada, com precisão cirúrgica, que dispensa maiores indagações. E, assim, estudantes, leigos, aprendizes, neófitos, de todo, encontram nesse precioso estudo o repositório cristalino de que necessitam e que não podem dispensar. Os mestres, então, deleitam-se com o trato que você dá ao assunto, sem dispensar indagações científicas e profundas, encontrando sempre respostas adequadas.
Isto porque o Direito é a amostra de comportamento que traduz a consciência social de um povo e de uma era e deve-se harmonizar com as novas realidades que despontam para não se apartar de vez do ser humano e fenecer solitário. A propósito, o direito é criado, para o homem e não este para ele, como de resto todas as coisas. Tudo existe para e em função do homem. Imagine-se o universo sem o ser humano ou um seu semelhante! Que seria? Que vão não haveria? Seria como um corpo sem alma. Uma vida sem a substância. Um perfume sem a essência! Um frasco sem o líquido, como aliás me posicionei, em algumas crônicas, que escrevi sobre Brasília. Ou a terra encantada, do leite e do mel, do cerrado seco, que se transforma no verde jardim, que JUSCELINO, o novo apóstolo da independência, da liberdade e das grandes conquistas, criou para todo o sempre, com o gênio de seus arquitetos, mas que não se deve conservar como um museu, uma estufa imutável, porque também as cidades foram criadas, para o ser vivente, dotado de alma, e não este para aquela.
E, destarte, passeei, pelas avenidas e alamedas de uma obra, que consegue dar muito de si e transmitir, em grandes doses, qual o bom perfume, o muito que sabe, instruindo, educando e acendendo a chama do espírito, em busca do aperfeiçoamento e do equilíbrio social, razão maior do Direito e do Ser Humano. Creia, sua obra ser-me-á extremamente útil na minha caminhada e aprendizado do bom direito.
Parabéns, minha cara amiga.


Leon Frejda Szklarowsky:.
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