SERPENTE
Serpente constritora
Camuflada em derredor respira
O sexto sentido arrepia a espinha
Denunciando sua presença furtiva
A nos fitar a espera da hora.
O bote
Surpreendente, rápido, fulminante
Enrolando-se em um abraço sufocante
O peito fica apertado
O coração espremido
A face ruborizada
O corpo se incendeia
Em grito de liberdade
É tarde!
Também pode ser sorrateiro
Esgueirando-se disfarçada até o lento ataque
O aperto envolvente, suave, cada vez mais potente
Comprimindo toda artéria e toda veia
O cérebro asfixiado já nem pensa
A carne e a alma agora são presas
Vítimas subjugadas e indefesas.
O abraço irresistível, obra da serpente
Que transformou o amor puro de Adão e Eva
Em perdição para todas as eras
Filha do amor, sem responsabilidade, a rebelde
A quem sua mãe, deusa Afrodite
Chamou Paixão, amor sem limite.
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