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Cordel-->A peleja do cachorro com o gato -- 09/12/2015 - 13:05 (Carlos Alê) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O cachorro e o gato
Travaram a discussão
Sem morder nem arranhar
Mas de viola na mão
E na praça do encontro
Juntou uma multidão

A polícia usou ali
O cordão de isolamento
E nas ruas ao redor
Teve engarrafamento
Mas a peleja iniciou
Com todo povo atento:

C – Aceitei esta peleja
E não vou deixar barato
Eu enfrento qualquer um
Sou um repentista nato
Posso vencer um leão
Quanto mais vencer um gato

G - Não aceito desacato
Que eu de ninguém não corro
Eu não temo cantador
Mesmo que seja um cachorro
Aperto sua coleira
Que você pede socorro

C – Você vai fugir pro morro
Que hoje de mim apanha
Sua unha é comprida
Mas ela não me arranha
Dar uma pisa no gato
Vai ser a minha façanha

G – Já conheço a artimanha
Mas hoje mudo o formato
Poeta que eu enfrento
Faço correr para o mato
E hoje o povo vai ver
Cachorro correr de gato

C – Eu cheguei no estrelato
Não foi cantando ciência
Mas agora desconfio
Da própria experiência
Que cantar com um felino
É sinal de decadência

G - A sua eficiência
É fazer uma trapaça
Se você já teve arte
Hoje ela está escassa
E ninguém aqui presente
Sabe qual a sua raça

C – A platéia aqui na praça
Veio ver o seu vexame
Vou cortar o seu bigode
Que mais parece arame
É melhor você voltar
Para o colo da madame

G – Não estou neste certame
Para ouvir só pabulagem
Cantador pra me enfrentar
Tem que ter muita coragem
Se correr na minha frente
Dou dez léguas de vantagem

C - Vamos mudar a linguagem
E também nossa toada
Pra falar de outra maneira
Como é a bicharada
Quero ver se você pode
Me seguir nessa pegada

G – Eu aceito, camarada
Sei cantar em qualquer linha
Pra fazer o meu pirão
Nunca me faltou farinha
Ninguém me bota cangalha
E nunca fujo da rinha

C – Baleia come sardinha
Raposa come galinha
Gavião come rolinha
Ou entra em extinção
Essa é a descrição
Do reino dos animais
Todos têm os seus rivais
Nos oito pés do quadrão

G – As aves dos litorais
Têm beleza até demais
Voam do mar para o cais
Ou na outra direção
Estão em competição
No ambiente selvagem
Do meio que interagem
Nos oito pés do quadrão

C - Eu vejo na paisagem
A lesma seguir viagem
Deslizando na folhagem
Mais lisa do que sabão
Mesmo fazendo no chão
Roteiro de viajante
Da casa não tá distante
Nos oito pés do quadrão

G - Veja que o elefante
É da selva o mais possante
Esse bicho é o gigante
Que causa admiração
É mais forte que o leão
E o mais grande do mato
Mas ele corre do rato
Nos oito pés do quadrão

C – O galo é sempre exato
G – Só canta na hora certa
C – Quando seu dono desperta
G – É um cantor sem recato
C – Não gosta do anonimato
G – Repete alegre bordão
C – Esvaziando o pulmão
G – E só canta empoleirado
C – Que de longe é escutado
CG – E lá se vão dez a quadrão!

G – O tatu é desdentado
C – Dorme dentro de buraco
G – Já nasceu com o casaco
C – Caminha desajeitado
G – Querendo fica enrolado
C - Para sua proteção
G – Prefere a escuridão
C – Troca a noite pelo dia
G – Tem curiosa anatomia
CG – E lá se vão dez a quadrão!

C – Na lagoa vive a jia
G – Enchendo o papo de inseto
C – É seu prato predileto
G – Se banha na água fria
C – E grasna com teimosia
G – No inverno e no verão
C – Pula quando está no chão
G – Pra fugir do predador
C – O lagarto assustador
CG – E lá se vão dez a quadrão!

G – As abelhas têm valor
C – Não param pra descansar
G – Quando estão a voejar
C – Dedicadas no labor
G – Colhem o néctar da flor
C - Num alegre mutirão
G - Pelo campo onde estão
C – E com essa substância
G – Fazem mel em abundância
CG – E lá se vão dez a quadrão!

C – Qual bicho tem elegância?
G – Eu conheço o pavão
C – E qual vê na escuridão?
G – A coruja em vigilância
C – E qual vence a distância?
G – Cavalo solto no prado
C – E qual não é apressado?
G – Jabuti se perseguido
CG – Assim está respondido
Conforme foi perguntado!

G – Quem é o maior no frio?
C – Conheço o urso polar
G – Quem é o terror do mar?
C – É o tubarão hostil
G – Quem vive melhor no rio?
C – Conheço o boto rosado
G – E quem vive enjaulado?
C – O leão enfurecido
CG – Assim está respondido
Conforme foi perguntado!

C – Qual bicho dá mais pavor?
G – É a serpente rasteira
C – Quem derruba a madeira?
G – Que eu saiba é o castor
C – Quem engana o predador?
G – O bicho-pau camuflado
C – Qual bicho é mascarado?
G - O guaxinim divertido
CG – Assim está respondido
Conforme foi perguntado!

G – Qual bicho tem esperteza?
C – É a raposa fujona
G – Qual bicho impressiona?
C – O boi em sua braveza
G – Qual bicho não tem defesa?
C – O filhote abandonado
G – Qual bicho fica parado?
C – O calango escondido
CG – Assim está respondido
Conforme foi perguntado!

C - Se o assunto aqui é natureza
Vou falar da abelha que faz mel
Faz a cera, o pólen e o gel
E até o veneno pra defesa
Tudo aquilo que faz dá pra despesa
E ainda pra toda apicultura
Seu produto é para agricultura
Uma fonte de grande produção
E ainda faz polinização
Quando as flores na mata ela procura

G - Estudando os processos da natura
O que mais me deixou maravilhado
É do solo argiloso e salgado
A batata extrair tanta doçura
E o leão quando sai na captura
Da girafa e leva uma patada
A cabeça termina decepada
Porque a força dela é no coice
Que é como passasse uma foice
Com a liga de aço temperada

C - Um cabrito subir sem ter escada
A montanha por mais que seja alta
O esquilo no galho quando salta
Não sentindo a força da pancada
Leopardo fazendo a emboscada
Pra caçar uma zebra ou um bisão
E as aves que tem longa visão
Para ver facilmente a sua presa
Todo peixe agarrado de surpresa
Não consegue escapar do gavião

G - Quando o sol traz sua radiação
Perpassando a linha do horizonte
Se propaga do mar até o monte
Variando conforme a estação
Porque a terra na sua rotação
Vira o eixo e o globo se inclina
E esse movimento determina
Incidência de luz fraca ou forte
Fica a escuridão no pólo norte
Quando o pólo sul se ilumina

C - As formigas com a sua rotina
São exemplos de organização
Cada uma recebe uma função
Que o tamanho ou idade determina
Uma busca e a outra examina
O que é transformado em alimento
A rainha no seu isolamento
Com seus ovos povoa o formigueiro
Tem aquelas que voam no canteiro
Quando é tempo de acasalamento

G - Me espanta que a mesma ação do vento
Que desmancha o relevo de um monte
Recriando o desenho do horizonte
Nos efeitos do seu deslocamento
Também pode abrandar seu movimento
Pra fazer com a brisa um carinho
Perpassando na mata por um ninho
Faz afagos na plumagem das aves
Ninguém diz que as correntes suaves
Se transformam na força do moinho

CG - Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!

C – Mostrei o meu talento
Que eu não vim aqui à toa
A peleja está boa
Mas vai acabar agora
Uma vaia sonora
Esse gato merecia
CG - Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!

G – Vamos voltar pra casa
A melhor pensão que há
Eu durmo no sofá
E o cachorro lá fora
Por isso ele chora
Quando amanhece o dia
CG - Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!

C – Eu não posso reclamar
Vivo bem nessa pensão
Ganho a melhor ração
E a dona me adora
O gato vai embora
Que ela tem alergia
CG - Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!

G – Eu gostei do desafio
E já vou me despedindo
Para quem ficou ouvindo
Agradecemos agora
Voltamos outra hora
Para nova cantoria
CG - Coqueiro da Bahia,
Quero ver meu bem agora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!
Quer ir mais eu? Vamos!
Quer ir mais eu? Vambora!

Acabada a discussão
Cão e gato se abraçaram
Todo povo aplaudiu
Pelas coisas que cantaram
E pela primeira vez
Eles não se engalfinharam

FIM
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