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Poesias-->Pele -- 11/02/2007 - 12:37 (Silvio Guerini) |
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... e neste corpo molhado
ensopado de amor
reluzindo uma pele morena
cada poro arrepiado
de uma pureza obscena
feito caramelo salgado
que ao inferno me condena
docemente apimentado
onde cada gota de suor
revela sem temor
o êxtase... um prazer furta-cor...
e num transe
da minha loucura delator
fecho os olhos... e vejo...
e num suspiro... revivo
cada instante que passou
e viajo de novo
como num sonho
pelos toques que trocamos
generosos...
pelas carícias que ousamos
desejosos...
e me sinto vivo...
vivo...
ainda com fome...
perdido em você...
meu pedaço de paraíso
minha fração do inferno
que arde suavemente
num desejo incontrolável
de se perder...
de se achar...
neste corpo molhado
vontade forte e louca
de ser acorrentado nesta boca
maldita
que dela... me fez refém
de ânsia incontrolável
de ser preenchido pelo teu corpo
te usar como pele
minha pele
que me aquece...
regenera...
que me protege da loucura
deste amor insano
que de mim se apodera...
e me faz correr o risco
de viver de verdade
e meu medo encarcera
que me faz levitar
te sentindo... ao meu lado
numa eterna primavera...
e numa doce ambigüidade
te contendo... dentro de mim
onde o amor prolifera
te tocando... enfim...
exultante de prazer
prazer que chega e minhas fibras reverbera
e fica...
e nunca vai embora...
prazer que quanto mais divido
mais floresce descontrolado
numa paixão colorida
sentimento desvairado
caleidoscópio delirante
de cores vivas
coisa intrigante
que nos cega
e nos mostra a pureza
a gentileza
a indelével beleza
de um amor refletido
caprichosamente
em cada gota do nosso suor
que ensopa meu corpo
que cobre tua pele
pele morena
docemente salgada
que meu mundo desordena
em vertiginosa toada
pele fascinante
cor de caramelo
que derrete na boca
faminta...
de você...
pele que convida
cor de pecado
que me acorrenta indefeso...
em você...
pele que gentilmente me acalenta
e na tua doçura
feito asa de borboleta
deste mundo me ausenta
e como num conto de fadas
ao som de liras angelicais
no teu corpo me perco
na tua pele deslizo
e me sinto vivo... uma vez mais...
Silvio Guerini
18 de novembro de 2005, 8h53
guerinis@uol.com.br
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