Comércio, escolas, bancos...
Fechados, por uma ordem "superior", no Rio de Janeiro...
Véspera de eleições, nesta Terra de Santa Cruz.
Outdor, com cara de candidato sorrindo, numa simpatia de fazer inveja. Penteadinho... Maquiagem perfeita: nem um poro aberto se percebe.
Na miragem dos olhos, um lusco de bandidagem e hipocrisia, como a dizer:
- Vota em mim, otário... Preciso encher o bolso, pelo menos pelos próximos quatro anos. E, se conseguir enganar direitinho, fico outros tantos. Afinal, terei necessidade de manter os bangalôs que planejo comprar em Cancum, com este mísero salário de político. Já abri conta no banco suiço e destinei uma parte para a compra de uns poucos dólares.
É! Dolares, sim... Por que não? Estou aprendendo inglês. Pois meu futuro não será aqui. Terra de ladrões, meu cumpadi... Não dá não...
Este artigo passou-me pela cabeça, durante a tarde, recostada em minha rede, na varanda, a ler calmamente uma revista olhando uns adolescentes a pregar um cartaz no poste da luz. O candidato parecia olhar para mim, desconfiado... |