Usina de Letras
Usina de Letras
181 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62189 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50593)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Memórias De Um Ex-Big-Brother -- 24/01/2007 - 21:08 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952238383673400
De que modo ser responsável

Por minha existência

No mundo globalizado

Administrado pela demência

Do senhor Mercado?



Boa Noite Jornal da Globo

Jornal da Noite.

Periódicos do Carnaval

Qual o roubo, o assalto

O seqüestro, a corrupção

O crime mais glamouroso

Do Dia? Veja a dramatização

Da magia das pessoas

Da sala de jantar.



Os irmãos e irmãzinhas estão

Qeimando-se na telinha

Combustível dos ensejos

Das garotas os desejos

Dos rapazes no espelho

Das pessoas da sala de jantar.



Todas as cinzas misturadas

Essas condutas refrigeradas

Às balas perdidas

Às pessoas assadas

Pela perversão e a violência

Da Big-City sala de jantar.



Da tv para o mundo

Globalizado da poltrona:

Quantas crianças,

Idosos, grávidas, religiosos

O terrorismo de Estado

Dos Estados Unidos

A diplomacia à "black-tie"

Para sair do tédio

Assassinou hoje nas

Ruas aflitas do Oriente Médio?



Se os Big-Brotheres

Não estivessem lá

Confinados aos beijinhos

Tentando se matar

Estariam talvez numa faculdade?

Nela, que valores há a preservar?

Nas academias do fastio

Que não seja os dos discursos

Caquéticos do corpo docente Ateneu

Geriátrico da senilidade das

Velhinhas, professoras comezinhas

Em busca de um último

Orgasmo pelo amor de Deus?



E as "novas" gerações

Que já nasceram velhas

Estão cheias de mesuras

E meias palavras

Para reverenciar as rugas

Os discursos "uga-uga"

Cortesias de discentes

Investindo nas notas calientes

De fim de período

Subservientes como um bedel

Gentilezas de serpentes

Sem outro objetivo acadêmico

Que não seja o canudo de papel



E agora, uma vez saído da faculdade

Que te ensinou a gramática

Para passar no concurso público

Que Salmo vai te valer nessa ilha

Vais de refugiar na Cova da Iria?

Que livro sagrado há de mostrar

O caminho senão o do egoísmo

E o da usura? Vais lamber o sapato

Dos carrascos em busca de um salário

Nos tapetes apodrecidos das secretarias



Estarias, irmão do Big-Brother

A freqüentar festas de casamento

Bailes de formatura

Teu sorriso fotografado

Sorrindo largo abraçado

Ao inimigo cromagnon

Que te pagará o salário

Insuficiente para as despesas

Mínimas dos dias do fim de mês



Mas ao chegar em casa

Ou no apartamento

Estarás sempre pagando pra ver

Serás seduzido ao relento

Da modelo milionária

Requebrando-se trêmula

Na passarela da telinha na tv



Na realidade um dia vais saber

Queiras ou não queiras

Que fostes educado apenas

Para a simulação de viver

Teu trabalho de estiva

Os minguados ativos financeiros

Tua mulher de cosméticos

Teu Big-Brother doméstico

A família toda vê aos milhões

De filhos, mães e pais

O descontrole remoto plugado

Em alguém se sabe quem?

Que vai ganhar um milhão de reais



E agora, que te resta?

Ah! Se fosses Proust e pudesses

Ir em Busca do Tempo Perdido

Mas não és

Ser doméstico afinal te aflige

Revolta, desespera

Inutilmente, talvez, te sublevas

Contra a pilhagem de tua alma



A companhia virtual da modelo

Tão "chic" ao mesmo tempo

Tão brega, não mais te satisfaz

As imagens dos jornais noturnos

Que alimentam tua adrenalina

E te mantém na linha

Dentro das regras

Empalado no sofá

Os cabelos do tvespectador

Empalideceram vendo o Bial

Falar com aquelas pessoas

Que não têm outro discurso

Que não seja ganhar o concurso

Nem que te todas as formas

Tenham de rastejar



Há bilhões como você

Devorados pela globalização

Julgados pela tensão feroz

Das pessoas da sala de jantar.



Dormes o sono da timidez

A descendência adolescente corre

No universo paralelo que te ignora

Cada Big-Brother, vergonha!

Repete a globalização da educação

Pela tv: Tudo por dinheiro

A cultura de cães, filhinhos da mamãe

Em busca do osso de um milhão

De reais.





Este o mote filosófico do capitalismo

Selvagem: És uma cadela ou um cão perdido

No labirinto do Grande Irmão aflito

Capaz de todas as baixarias

Para sair da clausura

com 1 milhão de reais.



Teu olhar de tvespectador frito

Na fritura de raios catódicos

Do inconsciente coletivo

A girar na gira tv

Um pensar apenas te consola

Não é apenas teu corpo. É

O corpo familiar de elétrons vestido

A espectar o Big-Brother fermentado

Do horizonte perdido de teu sofá.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui