Quando garrei de alembrá
de tanta gente que a curva
da estrada engolia,
fui no engasgo tropeçá
as vista ficando turva
era de idade, eu mentia,
pra ninguém disconfiá
a dor da malinculia.
Era dela qui eu sofria:
um bolo, ispim na garganta
um dia qui num era dia
um pranto no arripio
na hora da Ave Maria
um escurecê de perguntas
tantas , qui a noite assunta
e pra sempre estende a manta
qui enrola o isprito no escuro
mas matá, num mata o frio.
Elane Tomich
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